'Que valor tem uma vida?', diz tia sobre indenização

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Por Redação
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O enterro do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, de 39 anos, foi marcado por protestos de familiares e amigos. Eles pediram justiça e punição dos responsáveis. A cerimônia foi realizada ontem no Cemitério Gethsemani, na Vila Sônia, zona sul da capital paulista. "Que a sua morte não tenha sido em vão", disse a mãe da vítima, a empresária Carmen Sacramento. "Faça-se justiça. Nossos filhos precisam de um mundo melhor. Nós não temos segurança nenhuma, temos medo da polícia", desabafou.Carmen disse ter decidido ontem mesmo iniciar uma mobilização para que situações como essa não voltem a ocorrer e pediu apoio da imprensa. Apesar da indignação, ela afirmou não sentir raiva dos três policiais que mataram seu filho.O pai do publicitário, José Rubens Prudente de Aquino, também pediu justiça. Ele culpou o governo do Estado e a Secretaria de Estado de Segurança Pública. "Eles (o governo) botam pessoas que não estão à altura da obrigação que lhes é atribuída, gente que não tem preparo."Uma tia de Aquino chegou a ironizar a promessa do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de pagar uma indenização à família. "Isso eu só acredito vendo. E, na verdade, eu penso: que valor tem uma vida? Que indenização vai pagar o que os pais estão sofrendo?", afirmou Arley Pereira de Godoy.Versões. A mãe do publicitário negou ontem que o filho fumasse maconha e disse que a droga encontrada no carro dele "foi plantada". Segundo a corporação, havia 50 gramas da droga no veículo. Um parente disse ainda que o telefone celular identificado pela polícia como de Aquino não pertencia a ele.Já a advogada Daniela dos Santos, que representa a família do publicitário, evitou polemizar e disse que a família tem receio de que durante a investigação a polícia "tente justificar o injustificável". Sobre o celular, ela afirmou que um aparelho do mesmo modelo do publicitário está nas mãos da polícia e vai para a perícia.Segundo a versão dos policiais militares, o publicitário foi baleado pois estaria com um objeto preto na mão que parecia uma arma e, depois, verificaram ser um celular. / I.P. e F.N.

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