Quatro morrem em colisão de aviões no ar

Aeronaves viajavam de Campinas para Salto de Pirapora; pilotos eram experientes

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Por PAULO CLARO e SANTA BÁRBARA DOESTE
Atualização:

Quatro pessoas morreram em uma colisão entre duas aeronaves no ar, na manhã de ontem, na altura do km 125 da Rodovia dos Bandeirantes, em Santa Barbara D' Oeste, a 141 quilômetros de São Paulo. Os aviões caíram na Estrada Areia Branca, zona rural da cidade. Entre as vítimas estão os pilotos Araken de Oliveira Salamene e Cassiano Calligaris, além de Voninho Souza Aguiar, funcionário do Aeroporto dos Amarais, em Campinas, de onde as aeronaves decolaram, e de um sobrinho de Salamene, não identificado até a noite de ontem. Os monomotores modelo Corisco, de fabricação da Embraer, prefixo PT-NIR, pilotado por Calligaris, e PT-NKA, sob o comando de Salamene, decolaram juntos de Campinas. De acordo com a Polícia Civil de Santa Barbara D' Oeste, ambos os pilotos eram experientes. Salamene seria funcionário da companhia aérea Azul e Calligaris, piloto particular do empresário campineiro Alexandre Negrão - informações não confirmadas ontem.O acidente aconteceu perto das 9 horas, quando as asas das duas aeronaves se chocaram no ar. Testemunhas ouviram o estrondo do choque dos aviões e, depois, viram os pedaços das aeronaves já espalhados pelo chão. Os aviões pegaram fogo, que se alastrou por um canavial.Morador de um sítio nas imediações, Osvaldo Ferreira Bispo disse que estava em casa quando ouviu o barulho da colisão. "Não deu para fazer nada, foi um desespero. Quando percebi, só vi pedaços dos aviões e muito fogo", afirmou. A sogra de Bispo, Sandra da Silva, contou que estava no pomar quando ouviu os gritos do genro. "Parecia filme. Uma desgraça enorme."Os corpos carbonizados foram retirados das aeronaves e encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML) de Santa Barbara D'Oeste, no início da tarde, depois que o incêndio provocado pelo acidente foi controlado pelos bombeiros.Segundo informações da Aeronáutica, os aviões seguiam para Salto de Pirapora, onde seus ocupantes participariam da inauguração de um hangar no Condomínio Aeronáutico Bonanza. De acordo com o tenente-coronel da Aeronáutica, Raul Moreira Neto, ainda não é possível definir as causas do acidente.Uma das suspeitas é de que as aeronaves voavam muito próximas uma da outra e teriam se chocado no ar porque um dos ocupantes queria fazer fotos do outro avião. A hipótese, no entanto, não foi confirmada. "Vamos analisar os destroços", afirmou Moreira Neto. "São suspeitas que passarão por investigação rigorosa."A Polícia Técnica recolheu destroços das aeronaves para a realização de perícia. O laudo final deve ser concluído em 30 dias.

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