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Quadrilha ataca comboio e liberta 37 presos em rodovia de SP

Na mesma região, um grupo assaltou um carro-forte e matou um segurança; polícia acredita que trata-se do mesmo bando 

Por RENE MOREIRA
Atualização:

Atualizada às 23h38

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CAJURU - Armado com fuzis, um bando atacou um carro-forte da Protege, matou um segurança, feriu duas pessoas e fugiu com malotes antes de interceptar um comboio de presos da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) que transportava 41 presos e libertar 37. Os crimes aconteceram na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Até o começo da noite desta sexta-feira, 7, 20 dos foragidos haviam sido recapturados pela Policia Militar.

A ação do bando começou logo depois que o carro-forte da transportadora de valores deixou Mococa. O s bandidos usaram um Land Rover blindado para o ataque. Adaptaram a janela traseira, fazendo dois grandes buracos no vidro, a fim de disparar com fuzis. Os assaltantes interceptaram o veículo da transportadora de valores na Rodovia SP-338, que liga as cidade de Mococa e Cajuru.

Policiais militares montaram cerco para capturar os fugitivos e a quadrilha responsável pelo ataque Foto: Gabriel Delena

Os criminosos estacionaram o Land Rover na lateral da estrada e usaram fuzis de calibre 7,62 e pelo menos um de calibre .50. Com isso, conseguiram parar o carro-forte. Durante o tiroteio, um dos seguranças da empresa foi alvejado por uma bala que perfurou o para-brisa e morreu ao lado do acostamento da estrada. Os ladrões explodiram a porta do carro-forte.

Dominados os agentes, os bandidos levaram os malotes – as armas dos seguranças foram deixadas para trás. Enquanto tentavam fugir, os bandidos se depararam com o comboio da SAP na Rodovia Abrão Assed, a SP-333. Os agentes penitenciários da escolta armada abriram fogo contra os ladrões, mas a quadrilha respondeu e obrigou o grupo a parar. Os agentes levavam 41 detentos em dois veículos – uma caminhonete e uma viatura maior para o transporte de detentos. O grupo ia de Casa Branca (SP) para Serra Azul (SP), a fim de ser apresentado na Justiça.

Dos detentos, quatro permaneceram no local e os demais fugiram pelos canaviais da região. Uma megaoperação com helicópteros aconteceu na região para tentar recapturar os fugitivos, mas até o fim da tarde somente 20 haviam sido recapturados.

Grande quantidade de cápsulas e cartuchos foi localizada de forma espalhada pela rodovia. A quadrilha que atacou o comboio jogou um pó branco no interior da viatura policial para evitar que suas impressões digitais pudessem ser coletadas pela perícia.

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Caminhões. Mais tarde, o próprio caminhão que transportava os presos e foi alvo de ataque acabou sendo usado para levar os detentos recapturados até a delegacia de Mococa (SP). Mas assim que chegou ao local ele parou de funcionar – porque alguns mecanismos haviam sido danificados durante a ação. A polícia apreendeu para perícia o armamento dos vigilantes que estavam no carro-forte, assim como um carregador de fuzil calibre 7,62 milímetros e diversas munições de fuzis.

A Polícia Civil investiga o caso e uma equipe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) ajuda a identificar os assaltantes. Até o fim da tarde, a rodovia seguia parcialmente interditada no trecho onde ocorreu o ataque.

O Grupo Protege informou em nota que aguarda a apuração dos fatos e colabora com as autoridades policiais na investigação. O valor levado pelos criminosos não foi divulgado.

Além da Land Rover, que foi abandonada após a ação, os bandidos também utilizaram um Duster prata durante a fuga. Bloqueios policiais foram realizados nas principais rodovias da região, mas o veículo não foi localizado.

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Terror. Motoristas que cruzavam a rodovia contaram ter vivido momentos de tensão ao se depararem com o tiroteio. O confronto também teria deixado pelo menos duas pessoas feridas, incluindo um policial baleado no braço.

A operação de buscas em canaviais e rodovias da região mobilizou três helicópteros, além de policiais rodoviários, militares e civis. A ação da polícia continuava durante o começo da noite. De acordo com o comando da Polícia Militar da região, entre os detentos que foram libertados pelos bandidos estão criminosos que cometeram delitos graves e são considerados perigosos.

Até as 20 horas desta sexta, os policiais não haviam identificado nenhum dos integrantes da quadrilha que atacou o carro-forte e o comboio da SAP. A polícia pretende investigar a origem do Duster e do Land Rover para buscar pistas que possam levar ao bando.

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