A estimativa de público da Parada Gay de São Paulo deste ano, realizada anteontem na Avenida Paulista, virou guerra de números - e bem desencontrados. A entidade que organiza o evento informou ontem que 4,5 milhões de pessoas participaram, entre 12h e 18h. O total é 16,6 vezes maior que o estimado pelo Datafolha Instituto de Pesquisas, que calculou 270 mil participantes. Ontem, o Metrô também divulgou que, das 11 às 19 horas, 72 mil pessoas cruzaram as catracas das estações da Linha 2-Verde, que servem a região."Para mim, essa é uma estimativa bastante equivocada", afirmou Fernando Quaresma, presidente da Parada, referindo-se à contagem do Datafolha. Sua justificativa é que, de cima do trio elétrico, ele conseguia ver "a Paulista e a Consolação repletas de gente". De acordo com o Datafolha, porém, só 65 mil pessoas teriam realizado todo o percurso da Parada. No domingo, a organização havia se recusado a divulgar qualquer número e afirmado que não faria nenhuma estimativa neste ano. Ontem, o posicionamento mudou e, para justificar o número estimado por Quaresma, a entidade informou que, além da Paulista, costuma contabilizar os participantes que estão em vias próximas, como as Ruas Vergueiro, Frei Caneca e Maria Antonia. "Para nós, o importante é ter a Paulista repleta de pessoas clamando por cidadania", disse Quaresma. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público. Informou apenas que deixaria a informação a cargo da organização e não contestaria o Datafolha. "Havia bem menos gente do que no ano passado (4 milhões, de acordo com organizadores)", palpitou coronel Marcelo Prado. Desde 2006, quando chegou a 2,5 milhões de pessoas, a Parada Gay de São Paulo é considerada a maior do mundo. / COLABOROU BRUNO RIBEIRO