Moradores do Morro Pavão-Pavãozinho tomaram as ruas de Copacabana ontem em protesto contra a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, assassinado na última terça-feira na comunidade localizada na zona sul do Rio. O trânsito nas principais ruas do bairro foi interrompido pelos manifestantes. Apesar de protestos de amigos da vítima e de provocações contra policiais, o ato transcorreu pacificamente. Quinze carros da Polícia Militar reforçaram a segurança nas imediações da entrada da favela. Os manifestantes marcaram a concentração em frente à praia de Copacabana e caminharam por cerca de um quilômetro pela orla até entrarem pelas ruas do bairro. PMs acompanharam todo o movimento, que reuniu cerca de 150 pessoas. A mãe de DG, Maria de Fátima da Silva, chegou ao protesto tocando um surdo. "Agradeço a vocês pelo grito de guerra que evitou que meu filho fosse enterrado como um indigente", disse ela aos organizadores do ato. Os manifestantes carregaram cartazes denunciando a violência policial e pedindo paz e justiça para DG, encontrado morto a tiro em uma creche. Organizadores pediram aos participantes que conduzissem o protesto em paz, lembrando que havia ali muitas crianças. A caminhada seguiu até a porta do edifício onde DG morava com a mãe, no mesmo bairro. Os manifestantes sentaram-se no chão, fizeram um minuto de silêncio, rezaram e cantaram. Os participantes, a maioria com roupas brancas, também homenagearam Edilson da Silva dos Santos, conhecido como Mateusinho. Deficiente mental, ele foi morto com um tiro na cabeça durante manifestação contra a morte de DG. TV. O dançarino DG foi homenageado ontem no programa Esquenta, comandado pela apresentadora Regina Casé, na Rede Globo. Ele costumava se apresentar no programa.