Protesto é confundido com arrastão e fecha comércio no centro

Uma manifestação de moradores do Morro do Estado acabou em assalto e motivou onda de pânico via Twitter

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

Uma manifestação de moradores do Morro do Estado, uma das áreas atingidas por desabamentos em Niterói, espalhou uma onda de pânico pela cidade. As pessoas acreditaram tratar-se de um arrastão. Lojas, agências bancárias, cursos de línguas, supermercados e restaurantes do Centro e de Icaraí, zona sul, fecharam durante a tarde. A manifestação ocorreu após uma reunião entre moradores da favela e a prefeitura. Pouco antes das 14 horas, um grupo desceu o morro e começou o protesto no Centro. De acordo com o comandante do 12.º Batalhão da PM, coronel Rui França, três rapazes aproveitaram o tumulto e assaltaram uma loja na Praça do Rink, no centro. A partir daí, o boato de arrastão se espalhou, até mesmo pelo Twitter. Susto. Duas lojas do Plaza Shopping, principal centro de compras da cidade, chegaram a fechar as portas. Assustados, clientes se reuniram na praça de alimentação. A segurança foi reforçada e as lojas reabriram. Policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que atuavam no Morro do Bumba, onde 50 casas desabaram, passaram a patrulhar as ruas.A bancária Maíra de Moura, de 29 anos, saía de casa, na Rua 7 de Setembro, em Icaraí, quando foi abordada por policiais militares. "Eles estavam armados com fuzis e mandaram que voltasse para casa. Os carros vinham na contramão pela 7 de Setembro e pela João Pessoa. Em pouco tempo as ruas ficaram vazias." Foi uma reação em cadeia. A psicóloga Noemia Kraichete contou que foi avisada por telefone pelos clientes e também tentou avisá-los para que não saíssem às ruas. O Shopping Icaraí, onde trabalha, fechou. Gritos. A advogada Sylvia Guimarães, de 49 anos, almoçava na Rua Gavião Peixoto, também em Icaraí, quando pessoas passaram correndo e gritando que havia arrastão. "Tudo fechou. Na agência do Itaú ninguém entrava nem saía. As Lojas Americanas baixaram as portas. O restaurante em que eu estava deixou apenas a portinha de serviço aberta", comentou.

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