Protesto de sem-teto fecha a Régis por 2h

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Por William Cardoso
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Um protesto com cerca de mil sem-teto fechou por duas horas e meia a Rodovia Régis Bittencourt, em Embu das Artes, na Grande São Paulo. A manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) provocou uma fila de pelo menos 8 km no sentido capital e de 10 km em direção a Curitiba. O protesto prejudicou o trânsito em vias da zona oeste de São Paulo.Por volta das 17 horas, o grupo com moradores da ocupação Novo Pinheirinho, em Embu, tomou as duas pistas da rodovia, no entroncamento com o Rodoanel. Eles atearam fogo a pneus e bloquearam a passagem dos veículos. Com gritos e faixas, reivindicaram do Estado a construção de um conjunto habitacional no terreno que ocupam hoje e também a liberação de benefícios, como o auxílio-moradia. "Eles (o governo) prometeram fornecer bolsa-aluguel e discutir a destinação do terreno. Depois disso, não houve qualquer concretização dessas promessas", afirmou o líder do MTST, Guilherme Boulos. O tráfego interrompido provocou a indignação dos motoristas. "Estou revoltada. Vou perder um dia do meu curso por causa desse protesto", afirmou a auxiliar administrativa Graziele Santos, de 22 anos. O faturista Vagner Santos Félix, de 26 anos, voltava para casa quando a pista foi interrompida e também reclamou. "Não é assim que eles vão conseguir alguma coisa. Também não tenho casa, mas trabalho para conseguir um dia."Houve também aqueles que mesmo prejudicados foram solidários. "A gente fica o dia inteiro em cima da moto, quer chegar logo em casa. É duro porque eles também estão buscando o direito deles", disse o motoboy Pedro Barbosa, de 24 anos.O protesto terminou às 19h30, depois que as lideranças foram informadas de que o secretário estadual de Habitação, Silvio Torres, vai receber os líderes na terça-feira, às 11 horas. Durante a manifestação, a polícia não repreendeu os manifestantes. Moradias. Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Habitação e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) informaram que a área invadida, onde serão construídas 1,3 mil moradias populares, pertence à CDHU. Decisão judicial, em favor de ambientalistas, impedem o início das obras. A CDHU já recorreu da decisão. "A secretaria está em contato com as famílias para ajudá-las a solucionar o problema", disse a nota. A empresa assegura que quatro áreas serão destinadas para a construção de casas.

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