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Promotora visita cemitério e pede lista de bens tombados à Prefeitura

Inquérito reaberto neste ano apura as responsabilidades dos furtos, assim como da omissão das autoridades públicas na defesa do patrimônio histórico

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Por Adriana Ferraz
Atualização:

SÃO PAULO - A promotora de Justiça Lilian Fruet visitou o Cemitério da Consolação na sexta-feira, 22, para verificar denúncias de falta de segurança no local. Inquérito reaberto neste ano apura as responsabilidades dos furtos, assim como da omissão das autoridades públicas na defesa do patrimônio histórico presente ali. São mais de 200 obras de arte catalogadas, esculpidas por artistas como Victor Brecheret e Nicola Rollo.

Inaugurada em 15 de agosto de 1858, a primeira necrópole de São Paulo reúne jazigos de artistas, políticos e intelectuais que fizeram a história da cidade e do Brasil, como Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e os ex-presidentes Campos Salles e Washington Luís. “É a nossa memória que está ali. Temos de protegê-la”, diz o diretor do Movimento de Defesa do Cemitério da Consolação, Francisco Machado.

Túmulo do ex-presidente Campos Salles com peçade bronze arrancada Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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“Só neste ano mais de nove estátuas foram levadas pelos ladrões. Alguém precisa tomar uma providência. Por que a administração não instala guaritas, câmeras e contrata vigias? É pedir muito? Estamos perdendo nosso patrimônio”, reclama Machado.

Para o vereador Nelo Rodolfo (PMDB), que enviou, na semana passada, representação ao procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, pedido a intervenção do Ministério Público, a situação merece investigação detalhada, tendo em vista o orçamento anual do Serviço Funerário, de R$ 150 milhões. O parlamentar pede providências no sentido de investigar “má gestão e possíveis atos de improbidade administrativa” dos responsáveis pelos cemitérios da capital.

“É preciso verificar todos os contratos firmados nos últimos cinco anos, para apuração das despesas, preços praticados e serviços efetivamente realizados”, solicita Rodolfo, que estuda ainda pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara Municipal, para apurar as denúncias recebidas.

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