Promotor da máfia do ISS deve pedir quebra de sigilo fiscal de incorporadoras

Roberto Bodini afirmou que irá solicitar dados das empresas BKO, Trisul, Tecnisa e Tarjab caso elas não cooperem com as investigações

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:

SÃO PAULO - O promotor de Justiça Roberto Bodini, que lidera as investigações sobre a quadrilha do ISS na cidade de São Paulo, disse na tarde desta segunda-feira, 25, que deve pedir a quebra de sigilo fiscal e auxílio da receita federal para investigar as incorporadoras BKO, Trisul, Tecnisa e Tarjab. Essas empresas foram apontadas como beneficiárias do esquema de pagamento de propina para obtenção de desconto no ISS na capital, que causou um prejuízo estimado em R$ 500 milhões nos cofres municipais.

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As quebras serão solicitadas caso as empresas não cooperem com as investigações sobre a quadrilha. A Brookfield, que já foi ouvida, confirmou o pagamento de R$ 4,1 milhões entre 2008 e 2012. Uma testemunha protegida informou que a Alimonti pagou R$ 460 mil para liberação de três obras na capital. No depoimento, a testemunha disse que a empresa foi extorquida pelos fiscais.

Já no depoimento de Luís Alexandre Cardoso Magalhães, integrante da quadrilha que assinou o acordo de delegação premiada, ele disse que as empresas pagavam porque queriam. O promotor Bodini deve ouvir as empresas a partir desta quinta-feira.

Depoimentos. Tanto Magalhães quanto o auditor Eduardo Horle Barcellos, que também assinou a deleção premiada, estiveram, no Ministério Publico nesta segunda-feira. Até as 14h, eles estavam depondo em inquéritos civis paralelos à investigação de Bodini, que apuram a improbidade administrativa praticada pelos fiscais na Secretaria Municipal de Finanças.

Barcellos explicou para o promotor César Dario Mariano como o auditor Amilcar José Cançado Lemos, idealizador do modus operandi da fraude, saiu do esquema. Segundo o promotor Bodini. Barcellos disse que Lemos era muito "agressivo" no trato com as empresas quando elas o procuravam para pedir vantagens. O temperamento de Lemos já havia sido citado pelos demais auditores como motivo da saída dele.

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