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Promotor aponta negligência de parque e diz que garota foi vítima de uma 'arma'

Rogério Sanches cogita possibilidade de caso ser tratado como homicídio doloso; menina teria despencado 69,5 m com trava aberta

Por CAMPINAS
Atualização:

De acordo com o promotor criminal de Vinhedo, Rogério Sanches, tudo leva a crer que Gabriella Nichimura subiu os 69,5 metros de altura do brinquedo La Tour Eiffel, no Hopi Hari, sexta-feira, com a trava aberta e não teria conseguido segurá-la durante a descida do elevador. O promotor apontou grau máximo de negligência por parte do Hopi Hari no acidente. "Se eventualmente quiseram induzir as autoridades a erro, se enganaram. Essa menina entrou em uma verdadeira arma, um brinquedo fatal."De acordo com Sanches, não está descartada a possibilidade de tratar o caso como um homicídio doloso (com intenção)."Assumir o risco da morte de um visitante é dolo. Se não assumiu o risco, acreditou poder evitar, ou que jamais aconteceria, pode ser culpa", afirmou ainda o promotor.A mãe da menina, Silmara Nichimura, disse em seu depoimento à polícia que perguntou à filha se o brinquedo estava travado antes de iniciar a subida. "A menina respondeu que sim, mas que não estava com o cinto. A mãe disse ter questionado um funcionário, que informou não haver problema, porque o brinquedo era seguro", afirmou o delegado de Vinhedo, responsável pelas investigações, Álvaro Santucci Noventa Júnior.Falha humana. Na terça-feira, um engenheiro de manutenção do parque, que não teve o nome divulgado, prestou depoimento à polícia e disse ao delegado "ser impossível" ter havido uma falha mecânica no brinquedo onde aconteceu o acidente com Gabriella."A partir do momento em que o parque reconhece que aquela cadeira é inoperante, sabe que tem problemas mecânicos. Então, não é que houve uma falha mecânica, a falha já era previsível. O que houve foi uma falha humana em não se impedir alguém de entrar naquela cadeira", afirmou o promotor.Novos depoimentos. O delegado Noventa Júnior vai ouvir ainda hoje os gerentes geral e de operação do Hopi Hari. O supervisor que teria sido avisado pelos funcionários do problema na cadeira utilizada por Gabriella, cujo nome não havia sido divulgado pela polícia até a noite de ontem, também será ouvido na delegacia nos próximos dias, após ser identificado pela polícia."Estamos diante de uma pirâmide de funcionários. Esse organograma também será investigado", disse o promotor Rogério Sanches. / TATIANA FÁVARO

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