
05 de maio de 2013 | 02h02
Juntou dinheiro e abriu sua Padaria e Pizzaria do Codó. "Há oito anos, eu não tinha dinheiro para comprar leite para meu filho. Hoje, emprego 15 pessoas", orgulha-se Zé do Codó, que pretende em breve abrir uma peixaria. "Lutamos contra a barragem por falta de conhecimento", avalia o comerciante. "Não era justo não fazer a barragem por causa de uma cidade pequena, que era boa, mas o Ceará todo se beneficia."
Além de abastecer Fortaleza e o porto e complexo industrial de Pecém, o Açude Castanhão contribui para a geração de renda local, com empreendimentos de piscicultura e irrigação. Os 30 piscicultores da região produzem 900 toneladas de tilápias por mês, que são criadas em gaiolas no açude. O quilo do peixe é vendido a R$ 5,50, o que resulta em faturamento bruto mensal de R$ 4,95 milhões. De acordo com Horácio Souza, presidente da Associação Cearense de Aquicultores, há potencial para produzir 3 mil toneladas, dentro de dois anos.
Os produtores por sua vez vendem parte de suas tilápias a uma associação de beneficiadores e artesãs, que reúne 22 pessoas. A carne do peixe é cortada em filés embalados a vácuo, vendidos por R$ 17 o quilo, e do restante se fazem almôndegas e linguiça. As artesãs usam a pele da tilápia para fazer carteiras, bolsas, chaveiros, cintos, brincos, almofadas e chinelos. "A vida melhorou com a mudança", elogia Gonçalves Saldanha, de 42 anos, que ganhava meio salário mínimo como lavrador na velha Jaguaribara. Agora tem casa, que recebeu como parte da indenização do Dnocs, carro e uma vida de classe média.
O açude também tem atraído praticantes de pesca esportiva do Brasil e de outros países. Tudo isso gera renda - e clientes para Zé do Codó e outros donos de restaurantes. Na antiga Jaguaribara, ninguém comia fora. / L.S.
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