13 de dezembro de 2012 | 02h09
No meio do parque, havia uma marquise, a Grande Marquise de 27 mil metros quadrados. O projeto apresentado em outubro de 1952 pelo arquiteto Oscar Niemeyer previa um conjunto arquitetônico constituído por um pavilhão para exposição, um museu e um auditório, todos articulados por uma longa marquise.
Sua existência era elemento proeminente na proposta arquitetônica de Niemeyer, porque promoveria a articulação entre os edifícios do conjunto. Niemeyer já havia utilizado o recurso na Casa de Bailes da Pampulha, em Belo Horizonte, inaugurada em 1943.
Ainda no projeto original, as ligações da Grande Marquise aos prédios deveriam ser livres.
O projeto original começou a ser desrespeitado com a obstrução da passagem entre a marquise e os prédios, onde foram colocadas caixilhos de vidro.
Em 1982, foi inaugurado o prédio do Museu de Arte Moderna, também fora do projeto. O prédio, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, foi construído sob a marquise.
Em 2004, na época da construção do Auditório do Ibirapuera, Niemeyer propôs a demolição do bico da marquise para a construção de uma praça que serviria de entrada monumental do Parque do Ibirapuera e a construção de uma nova marquise no sentido longitudinal que ligaria os prédios da Oca e do auditório.
"É uma besteira tão grande. Fazer uma praça com uma marquise no meio, acho que vão acabar tirando a marquise, mas o que me incomoda é chegar lá e dar com aquela bobagem ali", declarou o arquiteto. A ideia não foi adiante porque a marquise, como todo o conjunto, era tombada pelo patrimônio histórico municipal.
Em razão disso, Niemeyer não compareceu à inauguração do auditório.
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