Projeto de arena do Jockey é vetado

Condephaat diz que proposta de espaço de shows 'fere tombamento', mas permite que área seja ocupada por edifício com fins culturais

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Por Tiago Dantas
Atualização:

A XYZ Live teve negado, ontem, seu pedido de autorização para construir uma arena de shows no terreno do Jockey Club, na Cidade Jardim, zona sul da capital. Para que a obra seja permitida, a empresa terá de refazer o projeto e diminuir a altura da casa de shows para não prejudicar a visão do Jockey - que é tombado - de quem está na Marginal do Pinheiros. O pedido estava sendo analisado desde 20 de março pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Em reunião ordinária realizada ontem de manhã, os conselheiros decidiram, por unanimidade, negar a autorização ao projeto, conforme antecipou o blog da coluna Direto da Fonte. Um dos conselheiros do Condephaat visitou a obra em 27 de maio e constatou que a arena estava "quase pronta", segundo o que escreveu em seu relatório. Ele considerou que a arena "não estabelece relação harmoniosa com o conjunto (do Jockey) e interfere substancialmente com a paisagem".A autorização do Condephaat é indispensável porque o Jockey foi tombado pelo órgão em dezembro de 2010. Especialistas em Direito Urbanístico afirmam que também é necessária a autorização do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp), que abriu análise de tombamento em 2001. A falta de autorização dos órgãos de defesa do patrimônio fez a Justiça determinar a paralisação da obra em 24 de maio.Desenho. O Condephaat não pediu a demolição da arena, mas solicitou alterações no desenho arquitetônico. O conselho entendeu que o terreno pode ser ocupado por um edifício com fins culturais, "desde que seja apresentado projeto que passe pelos trâmites legais".A XYZ Live, responsável pela arena, informou que o voto do relator vai contra "um parecer técnico favorável do órgão sobre a casa expedido anteriormente" e garantiu que pedirá um recurso administrativo. "A empresa estranha esse voto negativo para a tenda", já que, "em outros casos de projetos temporários, como Lollapalooza e Q bazar" não houve negativa.

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