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Professor mata aluna a tiros no DF

Inconformado com fim de romance, ele deu dois tiros na cabeça da estudante de Direito e levou o corpo até delegacia para se entregar

Por BRASÍLIA
Atualização:

O professor de Direito Rendrik Vieira Rodrigues, de 35 anos, planejou e executou o assassinato da aluna e ex-namorada Suênia Sousa Faria, de 24 anos, com frieza, sem dar chance de defesa à vítima e tudo porque não aceitava o fim do relacionamento. Antes, impôs à aluna a humilhação de telefonar ao marido, com quem havia se reconciliado, para mentir dizendo que havia retomado o romance com o docente. Essas são as primeiras deduções da Polícia Civil de Brasília após tomar o depoimento do assassino, de familiares da vítima e de alunos do Centro Universitário de Brasília (Uniceub), local em que os dois iniciaram um romance que durou cerca de um ano. O professor disse à polícia que estava arrependido e agiu sob forte emoção, mas entrou em contradição e será indiciado por homicídio doloso, cuja pena vai de 12 a 30 anos de reclusão. O crime ocorreu na tarde de anteontem. Rendrik esperou a aluna na saída da faculdade, na Asa Norte, e a chamou para uma conversa. Ele assumiu o volante do carro de Suênia, um Sandero que pertence ao marido dela. O diálogo terminou em discussão ríspida e, ao perceber que não havia solução, ele sacou uma pistola calibre 380 e deu três tiros na aluna, dois na cabeça e um no tórax. Suênia morreu na hora. Após rodar por horas com a vítima no carro, o professor se entregou. Rendrik foi preso em flagrante na delegacia e vai para o complexo presidiário da Papuda. Ele confessou que foi armado ao encontro com a jovem, mas não explicou de quem comprou a arma nem se treinou tiro. Segundo apurou a polícia, a estudante, talvez já desconfiada das intenções do algoz, procurou dar pistas do risco que corria nas duas ligações feitas para familiares pouco antes do crime.Na primeira ligação, às 15h31, Suênia disse à irmã Silene Faria que a veria em seguida, embora o encontro não estivesse previsto. Dez minutos depois, telefonou ao marido e disse que estava reatando com o professor. Como ela estava com a voz embargada e disse coisas sem sentido, o marido desconfiou e foi à delegacia fazer boletim de ocorrência.Quando se apresentou espontaneamente, dizendo-se "arrependido", o professor de Direito não sabia do registro feito pelo marido da vítima e, para a polícia, fez isso para evitar a prisão.Além de intimidar a estudante, Rendrik já teria enviado mensagens eletrônicas ao marido dela, relatando detalhes do namoro com Suênia. "Ele a perseguia", diz Silene, irmã da vítima,O professor nega a perseguição. Além de lecionar no Uniceub, ele era coordenador do curso de Direito da Faculdade Projeção. As faculdades informaram ontem que o docente será demitido. Colegas e alunos dizem que Rendrik, sem passagem pela polícia, era tranquilo e atencioso. O corpo da universitária será sepultado hoje no cemitério de Taguatinga. Ela nasceu em Pombal, Paraíba, vivia em Brasília desde os 3 anos e queria ser delegada. Era caçula de quatro irmãos.

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