Professor fala sobre ciclovias na Cidade Universitária
Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP)
Entrevista com
Alexandre Delijaicov
Entrevista com
Alexandre Delijaicov
18 de outubro de 2014 | 03h00
A primeira faixa exclusiva de ônibus da Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo, começará a ser implementada em dezembro. Além dela, o câmpus do Butantã da Universidade de São Paulo (USP) também vai ganhar uma ciclovia. Segundo a prefeitura da Cidade Universitária, um memorando está em fase de finalização para a contratação de um plano cicloviário. Mas não há prazo para a instalação.
Com a faixa de ônibus, que foi revelada pelo Estado no primeiro semestre deste ano, a expectativa é de que a circulação do transporte público melhore. Por volta das 19 horas dos dias úteis, a saída pela Portaria 1 fica travada por causa do excesso de carros - atualmente, não há nenhum tipo de restrição para a entrada de veículos na universidade nos horários de pico. Estudantes e funcionários reclamam que têm de esperar cerca de 20 minutos para percorrer um trecho de 500 metros.
Alexandre Delijaicov, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade, fala sobre as mudanças, e avalia que o resultado pode ser positivo para alunos e funcionários.
O que o senhor acha da ideia de ciclovias e faixas de ônibus na Cidade Universitária?
É uma mudança e um efeito dominó saudável, de valorizar o pedestre, a ciclovia e o transporte público. Sempre tive a perspectiva de que pelo menos este campus tivesse a virtude de ser voltado para a construção de um urbanismo mais humano. Eu venho trabalhar de bicicleta e passo reto pelo gargalo na Portaria 1. Acho muito bom que pelo menos abriram o diálogo, porque não é justo o transporte coletivo ficar entupido no meio dos carros.
O senhor apoiaria a restrição de carros dentro da Cidade Universitária?
Claro. O carro não deveria entrar aqui. Aliás, melhor que restringir é incentivar. Na Universidade de Delft, na Holanda, o professor universitário recebe um dinheiro carimbado, um tipo de vale, que só pode ser usado para renovar a sua bicicleta. Acho que isso é uma bela política, desde que você tenha a infraestrutura, com ciclovias e paraciclos. Para quem não pode chegar pedalando, um veículo como o Atende leva da portaria até a unidade. Mas cortar caminho por dentro da Cidade Universitária de carro é um absurdo completo.
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