13 de dezembro de 2012 | 02h05
O procedimento padrão do Consulado Americano é reter o passaporte e devolvê-lo com o visto no endereço do solicitante. Em alguns casos, é possível optar por retirá-lo pessoalmente - mas nem isso é garantia de receber o documento. Sem qualquer informação, pessoas estão perdendo viagens de lazer e trabalho (leia mais na página 2).
A fila do Casv do Alto de Pinheiros - onde estariam guardados os passaportes não enviados - tem confusão diariamente. No começo da tarde de ontem, a polícia foi chamada para conter um homem em fúria. No fim da tarde, um outro tentou invadir o local e cortou o braço.
A onda de atrasos começou em 25 de outubro, quando uma liminar judicial proibiu a DHL - empresa contratada pelo Consulado - de entregar os documentos porque o serviço seria monopólio dos Correios. Com milhares de passaportes retidos, o envio começou a dar problema.
No dia 21 de novembro, o Tribunal Regional Federal da 3.ª Região suspendeu a liminar alegando "evidente prejuízo para a população brasileira". O envio voltou a ser feito pela DHL, mas em ritmo lento. A empresa diz apenas que "retomou recentemente o trabalho de entrega de vistos e passaportes".
Ao Estado, o Consulado informou que o imbróglio judicial entre Correios, DHL e Embaixada Americana ainda não foi resolvido e acarretou um "acúmulo de passaportes impedidos pela Justiça de ser entregues". Funcionários do Casv chegaram a falar que há quase 20 mil passaportes esperando para ser entregues.
"A embaixada e os consulados têm uma capacidade de processamento de cerca de 5 mil vistos por dia, mas, sem o serviço da DHL, não haverá a mesma capacidade de entrega", afirmou o órgão.
O Consulado admite que a normalização "ainda vai levar um tempo", mas garante que todos serão entregues. "Dado que o cenário tem passado por constantes mudanças, não temos um prazo específico para a devolução do passaporte", informou, por e-mail. Procurada, a DHL limitou-se a dizer que "retomou recentemente o trabalho de entrega de vistos e passaportes".
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