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Preso suspeito de matar irmão do ex-secretário de Habitação de Jandira

Conhecido como Tsunami, acusado foi baleado por policiais, na segunda-feira, pois teria reagido à abordagem; investigadores veem indícios de ligação com morte do ex-prefeito da cidade

Por Ricardo Valota
Atualização:

SÃO PAULO - A Polícia Civil de Jandira, na região oeste da Grande São Paulo, afirma já ter em mãos um dos assassinos do ex-policial militar Jairo Lemes de Aquino, de 39 anos, irmão do ex-secretário de Habitação da cidade, Wanderley Lemes de Aquino, apontado pelo Ministério Público Estadual como um dos envolvidos na morte do prefeito Walderi Braz Paschoalin, de 62 anos.

 

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Conhecido como Tsunami, Weverton Cavalcante de Britto, de 29 anos, que já possui passagens por furto e homicídio, foi baleado por investigadores da delegacia de Jandira por volta das 20h30 desta segunda-feira, 31, na avenida Zélia, próximo ao limite com Barueri. Apontado pela polícia como um dos assassinos do ex-policial, Tsunami estava de carona numa perua Towner, pertencente à mãe de um dos cinco criminosos detidos pela mesma equipe de investigadores. Britto teria reagido à abordagem dos policiais.

 

O outro criminoso, que estava ao volante da Towner, também armado, se entregou. Com a dupla, os investigadores apreenderam uma pistola calibre 9mm e um revólver calibre 38. Outros três membros da mesma quadrilha, entre eles um adolescente de 17 anos, foram detidos numa casa próxima após um deles ligar para o celular de um dos ocupantes da Towner. Ao atender ao telefone, um dos policiais se passou por um dos criminosos e conseguiu descobrir a localização exata do trio, com o qual os investigadores apreenderam porções de maconha.

 

Investigação. A polícia não quer afirmar que a morte do ex-policial seja queima de arquivo. "Não podemos, ainda, afirmar que há uma ligação entre a morte do ex-policial com o assassinato do prefeito, mas tudo leva para esse caminho. Jairo com certeza tinha envolvimento com o crime organizado na cidade", afirmou o delegado Zacarias Tadros, responsável pelo inquérito que apura a morte do ex-policial.

 

Ex-soldado da 4ª Companhia do 20º Batalhão da Polícia Militar, Jairo, quando foi assassinado, na noite do último domingo, 29, estava afastado de suas funções desde 2001, pois começou a ser investigado pela morte do vereador de Jandira Márcio Soares de Almeida. De acordo com o delegado, após o prefeito Braz ser assassinado, foi determinada a reabertura de todos os casos de mortes de políticos na cidade. O ex-secretário de Habitação Wanderley de Aquino, que é irmão de Jairo e está preso por suposta participação na morte do prefeito, na época era suplente de vereador.

 

Execução. Jairo foi morto a tiros, por volta das 22h30 de domingo, 29, em frente à casa da amante, na Rua Laurindo Lopes, no Jardim Belmonte, em Jandira. Ao sair à porta após ser chamado pelo nome, o ex-policial foi baleado e morreu quando era atendido no pronto-socorro municipal de Jandira. O policial chegou a ficar preso por três anos sob a acusação de tentativa de homicídio. "Já sabemos que Jairo foi morto, segundo testemunhas, por três ou quatro pessoas, que fugiram em um veículo preto, e que uma delas é o Tsunami", acrescentou o delegado.

 

Prefeito. Braz Paschoalin foi fuzilado na manhã de 10 de dezembro de 2010. No momento do crime, que teria sido negociado por R$ 600 mil e motivado por disputa de poder dentro da prefeitura, a vítima não utilizava seu carro blindado, que naquele dia amanhecera com um pneu furado. Braz saiu de casa no veículo do motorista, que também foi baleado quando ambos chegavam a uma emissora de rádio onde Braz participaria de um programa.

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