Preso ex-delegado de polícia que recebeu 17 prêmios de loteria

Luiz Ozilak estava sendo investigado pela PF desde 2003, quando apareceu na lsita de grandes ganhadores

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O ex-delegado Luiz Ozilak, famoso por afirmar ter ganhado 17 vezes na loteria entre agosto e novembro de 2001, disse que acertou a quadra mais uma vez, na semana passada. Mas, neste sábado, o sargento Wagner Silva Figueiredo teve mais sorte que ele. Conseguiu capturá-lo, em sua Pajero prata, depois de um ano e quatro meses foragido, no Portal do Morumbi, na Zona Sul. A prisão foi resultado de uma ação conjunta da Polícia Militar e o Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc). Segundo Figueiredo, havia uma orientação do Denarc para prender um foragido que circulava pela região em uma Pajero prata, placas 2828. O carro, segundo o delegado Hamilton Gianfratti, da Corregoria Geral da Polícia Civil, pertence à mulher de Ozilak. O ex-delegado não resistiu. Apresentou-se e entregou os documentos, que batiam com os dados do foragido. Ao vistoriar o veículo, o sargento encontrou uma identidade, que não era do ex-delegado. Simples e tranqüilo, segundo o policial militar, Ozilak se disse um "sortudo" por ganhar tantas vezes na loteria. Ele não resistiu à voz de prisão e foi encaminhado à Corregedoria. De lá, seria levado ainda ontem ao Presídio Especial da Polícia Civil, na Zona Norte. Apelidado por colegas de "João Alves" - o ex-deputado federal que se dizia vencedor de diversos prêmios da loteria -, Ozilak era plantonista do 75º Distrito Policial, no Jardim Arpoador, zona oeste. Estava sendo investigado pela Polícia Federal desde 2003, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgou os nomes de 30 pessoas que teriam acertado a loteria várias vezes, em pouco tempo. O delegado, exonerado pelo governador José Serra em setembro do ano passado, figurava na lista. Lavagem de dinheiro O ex-policial teria acertado sete vezes na Mega Sena, além de receber prêmios das Loterias Federal, Esportiva, Instantânea e Dupla Sena. A polícia ainda investiga quanto Ozilak teria faturado. Segundo Gianfratti, da Corregedoria, Ozilak era procurado por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, mas pesam ainda acusações de crimes como associação ao tráfico, formação de quadrilha ou bando, contrabando ou descaminho e ameaça a testemunha. O ex-delegado ganhava um salário de cerca de R$ 5 mil. Entretanto, era dono de um hotel de luxo, avaliado em R$ 12 milhões, em Juquitiba. À época das primeiras acusações, em 2005, ele afirmou ter comprado tudo o que tem com o salário ganho em 29 anos de trabalho na polícia. Para o sargento Figueiredo, o dia terminou com sabor de vitória. "Estou feliz, porque policial de verdade não faz o que ele fez", disse, ao comentar a prisão do ex-colega de profissão.

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