Presídios são monitorados para evitar ação do crime organizado

Serviços de segurança na região Oeste do Estado, onde estão lideranças do Primeiro Comando da Capital, estão em alerta

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Por Chico Siqueira
Atualização:

PRESIDENTE VENCESLAU - Os serviços de inteligência das Polícias Civil e Militar, do Ministério Público Estadual e da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) estão monitorando os presídios, suspeitos e líderes do crime organizado para evitar surpresas durante a Copa. A Polícia Militar informou que, “até o momento”, não há informações consistentes sobre possíveis ações do Primeiro Comando da Capital (PCC) para a Copa do Mundo.

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Um monitoramento é feito desde março, quando Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, principal líder do PCC, foi internado no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) - isolamento dentro do sistema penitenciário.

“Na época, se comentou que o PCC poderia fazer ações durante a Copa. Mas, com a liberação de Marcola, não houve mais comentários a respeito. É possível que essa possibilidade tenha deixado de existir”, disse uma autoridade do setor de inteligência do Ministério Público. O monitoramento é feito dentro e fora das cadeias por meio de informantes, agentes infiltrados, interceptações telefônicas e abordagens a suspeitos.

Alerta. Apesar disso, no Oeste Paulista, onde está instalada a Penitenciária 2 (P-2) de Presidente Venceslau, que abriga as principais lideranças do PCC, os serviços de segurança estão em alerta. “Aparentemente, está tudo calmo, dentro e fora dos presídios, mas o alerta deve ser mantido para evitarmos qualquer surpresa”, disse uma autoridade do sistema prisional.

A mesma fonte comentou que dificilmente os detentos farão protestos dentro das cadeias. “Eles não querem ficar mais tempo presos por causa de rebeliões, como aconteceu com o quebra-quebra de 2006, cujos organizadores foram todos condenados a dois, três ou quatro anos a mais de prisão. Quem está preso quer sair logo, não quer continuar preso por mais tempo”, explicou. 

A Polícia Militar informou que está preparada para atuar em caso de necessidade, incluindo seus serviços de inteligência. 

“Como não temos informações consistentes sobre essa possibilidade (de o crime organizado promover manifestações e ataques durante a Copa), não podemos tecer comentários a respeito”, disse a capitã Fabiana Cristina Pane, porta-voz da Polícia Militar.

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Treinamento. A Polícia Militar, no entanto, está treinando a corporação nas regiões Oeste e Alta Noroeste, onde está concentrada a maioria dos presídios controlados pelo PCC. Nessas regiões, os Comandos de Policiamento do Interior (CPIs) realizaram cursos de Controle de Distúrbios Civis (CDCs). O último foi feito anteontem, em Araçatuba.

O objetivo é preparar os homens da Força Tática para intervir em caso de conflito.

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