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Prefeitura empareda imóveis irregulares na Cracolândia

Segundo um morador da região, hotel emparedado durante a operação era reduto de prostitutas

Por Ana Carolina Moreno
Atualização:

Uma lanchonete, um hotel e um imóvel desapropriado pela Prefeitura no início do ano foram novamente emparedados nesta sexta-feira, 19, após blitz da Subprefeitura da Sé na região da Cracolândia, na região central da Cidade. Maria Batista da Silva, de 36 anos, teve pouco mais de uma hora para se desfazer dos salgados, pegar seus pertences e deixar a lanchonete da qual é dona há cerca de um ano. "Eles fecharam aqui em junho, eu fui na Subprefeitura, consegui a licença e abri. Aí vieram hoje, de surpresa, e disseram que o meu documento não valia nada", reclamou ela. O dono anterior da lanchonete também já havia enfrentado um emparedamento, em 2005. Mas, novamente, a parede foi retirada um mês depois. Segundo um morador da região, que pediu para não ser identificado, o hotel emparedado novamente, depois de interdição realizada em maio pela subprefeitura, foi alvo de críticas de assistentes sociais e advogados. "Tem muita criança morando lá, mas o hotel também é usado para as prostitutas do bairro trabalharem", disse ele. "Mas ficar emparedando não resolve nada, tem é que combater o tráfico de drogas", completou. Aproveitando a blitz, o encarregado de obras da subprefeitura, Jaime Vitalino, aproveitou para fechar mais um buraco na antiga Galeria Mauá, conjunto de lojas que no início do ano foi desapropriado pelo governo municipal e deve ser demolido para dar espaço à nova sede da Subprefeitura da Sé. Mesmo com portões fechados e emparedados com cimento, moradores de rua freqüentemente quebram os tijolos durante a noite e se refugiam nas lojas para não dormir ao relento. "Não sei quantas vezes já fechamos esses buracos", afirmou Vitalino.

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