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Prefeitura deixa de lado projeto de 64 edifícios-garagem

Para tentar acabar com déficit de vagas, plano agora é construir estacionamentos[br]subterrâneos no centro

Por Tiago Dantas
Atualização:

Apresentado em novembro de 2009, o projeto da Prefeitura de São Paulo de construir 64 edifícios-garagem na capital paulista foi deixado de lado. Uma nova proposta para diminuir o déficit de vagas para carros deverá ser apresentada até janeiro do ano que vem. Enquanto a data não chega, o prefeito Gilberto Kassab espera lançar editais para a construção de estacionamentos subterrâneos no Mercado Municipal, Pátio do Colégio e na Praça João Mendes, no centro.As concorrências, inicialmente previstas para este mês, devem ser publicadas no Diário Oficial até o fim de julho. "Esses três locais são demandas bem localizadas, que já tinham pré-projetos na Prefeitura", afirma o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra. "A divisão da cidade em áreas para a construção das outras garagens e a definição do tipo, se elas serão verticais ou subterrâneas, depende de um estudo mais completo."A nova pesquisa está sendo desenvolvida por empresas contratadas pela Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP) - parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com bancos privados - e é acompanhada pelas secretarias de Desenvolvimento Econômico, de Transportes e de Desenvolvimento Urbano. O investimento será pago pelas companhias que vencerem a licitação das garagens. Editais de seis obras devem estar prontos em janeiro de 2012, segundo Cintra.Mais vagas. Os três estacionamentos subterrâneos do centro serão construídos por empresas que, em troca, ganharão o direito de administrá-los por um período ainda não definido. "A vantagem é que você está tirando da rua carros estacionados e os que procuram vagas, está reorganizando o lugar", diz o arquiteto Edison Antunes, autor de projetos semelhantes em Paris.No Mercadão, as 490 vagas que devem ser criadas podem acabar com as filas no estacionamento atual. Para deixar o carro lá é preciso pagar R$ 3 de Zona Azul. Nas ruas, flanelinhas cobram R$ 10. Nos locais escolhidos pela Prefeitura para receber as novas garagens, a primeira hora dos estacionamentos particulares varia de R$ 10 a R$ 15. Uma diária sai por até R$ 40 na Sé, por exemplo. Isso fez com que a escrevente Joana Simões, de 42 anos, desistisse de ir de carro ao trabalho, no Fórum João Mendes. "Estava gastando R$ 250 por mês. Não tem condições." Balconista de um bar perto do Pátio do Colégio, Júlio Carrara, de 31 anos, está descrente. "Parar no centro é muito caro. As empresas estão ganhando muito dinheiro e não vão deixar a Prefeitura mudar isso."

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