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Prefeitura de São Paulo quer retirar Ceagesp da Vila Leopoldina

Proposta está na nova Lei de Zoneamento e integra pacote que pretende retirar cerca de 76 mil caminhões do centro expandido 

Por Bruno Ribeiro
Atualização:

Atualizada às 22h55 SÃO PAULO  - A nova Lei de Zoneamento de São Paulo, proposta pela Prefeitura, pretende mudar o uso da área da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, zona oeste. A região passará de zona industrial (ZPI) para zona especial (ZOE). A medida, anunciada nesta segunda-feira, 13, pelo prefeito Fernando Haddad (PT), servirá para viabilizar a retirada da Ceagesp daquele local nos próximos anos, deixando no lugar uma área com prédios e parque público.  “Essa mudança será decidida pela cidade, durante as audiências públicas da nova Lei de Zoneamento”, disse o prefeito, na manhã desta segunda. A proposta é que um parceiro privado assuma a área. Ele teria autorização para erguer torres comerciais e residenciais no local, em troca de parceria com o poder público na construção do parque e das moradias populares. Também ficaria encarregado de fazer a nova Ceagesp. “O novo terminal teria de ser moderno. Hoje, ele não incorpora nenhum equipamento moderno de movimentação de mercadorias”, disse Haddad.

O parceiro da Prefeitura ficaria encarregado de fazer a nova Ceagesp; acima, a tradicional Feira de Flores Foto: Werther Santana/Estadão

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"A proposta tem de dialogar com o meio ambiente, a moradia e a economia”, detalhou o prefeito. “Da forma como está sendo planejado, é perfeitamente viável do ponto de vista econômico.” Haddad afirmou ainda que há intenção do governo federal em participar da parceria, que não precisaria de aprovação do Congresso. 

Cargas. Já a nova Ceagesp seria em uma área mais próxima de um dos braços do Rodoanel Mario Covas, conforme o plano do prefeito. Haddad disse que já há áreas em estudo para receber o novo complexo, mas não deu detalhes. A gestão da área continuaria com a União, mas no complexo construído pelo parceiro.
A mudança faria parte de um amplo pacote logístico nas pranchetas da Prefeitura que pretende retirar os cerca de 76 mil caminhões (ou 44% dos 190 mil veículos pesados que circulam diariamente pela capital) da região do centro expandido da cidade. Esse pacote inclui ainda a restrição ao tráfego de caminhões na região da Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste, que também foi confirmada nesta segunda. Prevista desde a gestão anterior, de Gilberto Kassab (PSD), a restrição de horários de circulação para caminhões na área - que pode incluir ainda a Avenida Professor Luís Inácio de Anhaia Melo - deve começar a valer assim que o governo do Estado entregar a ligação do novo Trecho Leste do Rodoanel, o que deveria ter ocorrido no primeiro semestre.
Terminal. O tráfego de caminhões também deverá ser reduzido com a ampliação de um terminal privado de cargas instalado às margens da Via Dutra, na zona norte. A Prefeitura pretendia construir um terminal na região da Vila Maria, mas desistiu da ideia, diante de um protocolo de intenções assinado por uma empresa privada de logística que fará a obra.
Para completar, o pacote engloba ainda o programa-piloto de entregas noturnas de cargas, com início previsto para esta madrugada na zona oeste. Ao todo, 18 empresas - grandes varejistas, farmácias, lojas de material de construção e redes de roupas em shoppings - passarão a movimentar mercadorias das 21h às 5h. O programa será acompanhado até fevereiro, para verificar incômodos na vizinhança, antes de ser ampliado para o restante da cidade. 

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