Prefeitura de São Paulo quer 1,5 mil km de ciclovias até 2030

Plano ainda está em discussão e deve ser colocado em prática após a atual gestão entregar os 400 quilômetros prometidos

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Por Rafael Italiani
Atualização:
A Prefeitura planeja que a cidade de São Paulo tenha mais de 1,5 mil quilômetros de ciclovias até 2030 Foto: JOSE PATRICIO/ESTADÃO

Atualizada às 20h13

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SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo planeja fazer mais de 1.500 quilômetros de ciclovias até 2030, segundo o plano de mobilidade urbana publicado pela Secretaria Municipal de Transportes. A proposta, ainda embrionária, será debatida com cicloativistas e outros setores da sociedade civil.

A criação de ciclovias nos mais de 17 mil quilômetros de ruas, avenidas e viadutos da capital paulista foi dividida no Plano Municipal de Mobilidade Urbana (PlanMob) em três etapas: 2016, 2024 e 2030.

Vias importantes, como as Avenidas Ibirapuera, Rebouças, Brasil, dos Bandeirantes, 9 de Julho e a Rua da Consolação, deverão ter ciclovias em quase todo o trajeto.

Em tese, o plano para aumentar a rede cicloviária será colocado em prática assim que a gestão Fernando Haddad (PT) terminar os 400 quilômetros prometidos para o fim do mandato – hoje, a cidade tem 264,8 quilômetros de faixas exclusivas para bikes.

Prefeitura divulgou mapa de onde serão instaladas as ciclovias em SP Foto: Divulgação

Prioridade. Mesmo que a proposta seja a médio e longo prazos, os cicloativistas aprovam o plano de mobilidade para as bicicletas. “Isso não prioriza apenas ciclistas, mas garante a segurança da população”, disse William Cruz, do site Vá de Bike. De acordo com ele, por ser polêmico, o novo projeto “esquenta” a discussão sobre o papel da bicicleta na capital. “Hoje, temos uma geração crescendo em meio aos debates. São crianças que pedalam com os pais e sabem que podem se locomover pela cidade pedalando.”

Em 2016, a meta é entregar 220 quilômetros de ciclovias. Parte vai passar por nove pontes, seis viadutos e cinco passarelas. Também está prevista a construção de três ciclopassarelas. Uma delas ligará a Avenida Thomas Edison, na Barra Funda, zona oeste, à Avenida Engenheiro Caetano Álvares, no Limão, zona norte, passando sobre o Rio Tietê. 

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Para 2024, haverá duas pontes com estrutura cicloviária, além de faixas em 13 viadutos, cinco túneis que passam sob trilhos de linhas de trem e do Metrô, 11 passarelas e mais 400 quilômetros de ciclovias. 

Com essas estruturas mais o que é planejado para 2030, a cidade chegaria a mais de 1.500 quilômetros, total que leva em conta a malha já existente.

Velocidade. Para Daniel Guth, diretor da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), a Prefeitura também precisa pensar em medidas para diminuir a velocidade nas vias. 

“Vamos incluir algumas questões. Nossa ideia é criar capítulo para ‘acalmar’ o tráfego e reduzir a velocidade, para melhor convívio de todos na cidade.”

De acordo com Horácio Augusto Figueira, mestre em Transportes pela USP, “as ciclovias têm de ser complemento à mobilidade, e não solução”. Segundo ele, a Prefeitura também precisa fazer corredores de ônibus. / COLABOROU MÔNICA REOLOM

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