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Prefeitos da região metropolitana e Estado articulam 3º aeroporto em São Paulo

Até o fim do ano, o grupo pretende concluir estudo que comprove a necessidade de um novo aeroporto na região

Por Anne Warth
Atualização:

São Paulo, 27 - Os prefeitos da região metropolitana de São Paulo e o governo do Estado começaram nesta quinta-feira, 26, durante reunião na Prefeitura de São Paulo, comandada por Gilberto Kassab (PSD), as articulações para tentar convencer a União da necessidade de um terceiro aeroporto próximo à capital paulista.

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Até o fim do ano, o grupo pretende concluir estudo que comprove a necessidade de um novo aeroporto na região. Para isso, vai organizar um seminário público no segundo semestre para discutir propostas que serão levadas ao governo Dilma Rousseff. Três cidades já têm áreas disponíveis para receber um novo aeroporto: São Bernardo do Campo, Caieiras e Mogi das Cruzes.

De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, que participou do encontro de ontem, as discussões haviam sido adiadas para não comprometer o processo de concessão dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas, realizado no dia 6 de fevereiro. Com o sucesso do leilão, a resistência do governo federal a um novo aeroporto na região já seria menor, segundo os prefeitos.

A ideia do grupo de prefeitos, agora, é apresentar um estudo técnico que mostre que, mesmo com os investimentos previstos na infraestrutura aeroviária já existente em São Paulo, um novo aeroporto será fundamental para o Estado para desafogar Congonhas, na capital, e Cumbica, em Guarulhos.

Cumbica, por exemplo, teve movimentação de 29,9 milhões de passageiros no ano passado, entre voos domésticos e internacionais. A expectativa é a de que, até 2025, a demanda de passageiros no Estado seja de 60 milhões, de acordo com dados da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP).

Dicussão técnica. "Nossa primeira missão será comprovar tecnicamente a necessidade e a viabilidade de um novo aeroporto na região. Se começarmos a falar em localização antes da discussão técnica, vira disputa política", afirmou o prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), relator do grupo temático sobre o terceiro aeroporto criado no âmbito do Conselho da Região Metropolitana de São Paulo, presidido por Kassab. "Nossa ideia é fazer com que as prefeituras e o governo de São Paulo possam apontar onde esse investimento pode produzir os melhores resultados e impactos na região", disse Edson Aparecido.

Embora o grupo tenha iniciado os trabalhos apenas ontem e ainda seja necessária aprovação de estudo técnico de órgãos federais como o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), além da própria concordância do governo federal, os municípios já travam uma batalha para provar que merecem receber o novo aeroporto.

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Guerra municipal. Bertaiolli, por exemplo, informa que Mogi das Cruzes possui uma área disponível de 18 milhões de metros quadrados, a cerca de 30 quilômetros do Aeroporto de Cumbica, adequada para receber um aeroporto, cuja ligação poderia ser feita por trem, monotrilho ou Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Segundo ele, trata-se de um local com diversos terrenos e proprietários diferentes, entre eles a própria prefeitura, mas desabitado.

"É uma área próxima o suficiente para ter uma ligação com Cumbica. Nossa ideia é que o novo aeroporto seria exclusivo para voos internacionais", afirmou o prefeito de Mogi das Cruzes. Segundo ele, pela sua proposta, Cumbica se tornaria o maior aeroporto doméstico do País, e Congonhas serviria para voos de pequenos jatos e da ponte aérea Rio-São Paulo.

Já o prefeito de Caieiras, Roberto Hamamoto (PSD), defende que o novo aeroporto seja construído em seu município.

Diferentemente de Mogi, a proposta para Caieiras vem da iniciativa privada. Segundo Aparecido, as empreiteiras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa teriam adquirido um terreno de cerca de dez milhões de metros quadrados da empresa Melhoramentos e a concessionária de rodovias CCR teria interesse em administrá-lo.

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"É uma área perto da Estrada Velha de Campinas, das rodovias Anhanguera e Bandeirantes e do Rodoanel. Por ser uma área reflorestada, o impacto ambiental seria menor. E por pertencer apenas a um proprietário, evitaria centenas de desapropriações", afirmou o prefeito de Caieiras.

Segundo Hamamoto, o novo aeroporto seria uma forma de compensar os municípios ao norte da capital paulista pela falta de investimentos na região. "Não seria apenas um benefício para Caieiras, mas também para Cajamar, Franco da Rocha e Francisco Morato em termos de empregos e investimentos", afirmou. O plano diretor e de zoneamento da cidade foi revisto recentemente para facilitar os trâmites burocráticos, caso a região receba o novo aeroporto.

Em São Bernardo do Campo, administrada pelo prefeito Luiz Marinho (PT), a área, segundo fontes, é particular, desabitada e próxima da Rodovia dos Imigrantes, do Rodoanel e da interligação com a Rodovia Anchieta. Inicialmente, o projeto é de um aeroporto de cargas, devido à proximidade com o Porto de Santos. O aeroporto também seria destinado à aviação executiva e poderia ser ampliado no futuro para se tornar um aeroporto comercial.

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