09 de junho de 2011 | 00h00
ESPECIAL PARA O ESTADO / TAUBATÉ
O prefeito de Lorena, a 190 km da capital paulista, Paulo Neme (PTB), foi afastado sob a suspeita de crimes administrativos e pedofilia. Na segunda-feira, os vereadores aprovaram por unanimidade a criação de comissão sobre o caso.
Ontem à tarde, o advogado de Neme, José Roberto de Moura, protocolou um pedido de liminar na Justiça local, para suspender a decisão dos vereadores, mas até o fim do dia não havia sido divulgada nenhuma decisão. A intenção da defesa é que Neme volte ao cargo. Na manhã de ontem, o vice-prefeito, Marcelo Bustamante (PTB), assumiu o cargo prometendo "enxugar a máquina".
A comissão processante, formada pelo presidente do Legislativo, Elcio Vieira Junior (PV), e pelos vereadores José Carlos da Silva (PDT) e Roberto Bastos de Oliveira Junior (PTB), deve apurar denúncias de suposta prática de pedofilia contra o prefeito, além de uso irregular de carro oficial e falta de resposta aos requerimentos da Casa. O prazo de apuração é de 90 dias, mas Vieira quer apressar o processo. "Em 60 dias teremos o julgamento."
Neme já é investigado desde 2008 pela CPI da Pedofilia, no Senado. Há duas semanas, foi chamado na tribuna de "malandro, pilantra e vagabundo" pelo presidente da comissão, o senador Magno Malta (PR-ES). Malta leu um documento com depoimentos de crianças de 10 anos supostamente abusadas sexualmente por Neme. Segundo o documento, uma operação policial flagrou a atividade diária na casa do prefeito, que pagava R$ 10 às vítimas. O prefeito nega o crime.
Em maio, Neme teria emprestado um carro oficial para um homem sem habilitação. O prefeito também não responde a requerimentos da Câmara há mais de um ano.
Neme não foi notificado pessoalmente. Segundo o presidente da Câmara, ontem o prefeito foi procurado em toda a cidade, mas não foi encontrado.
Um assessor da prefeitura informou que Neme possivelmente vai se apresentar na tarde de hoje.
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