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Prédios terão 8 mil vagas de garagem

Contrapartidas viárias exigidas são nova ponte e alargamento de trecho da Marginal

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Por Redação
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Instalado do lado de dois dos corredores mais congestionados da capital, a Marginal do Pinheiros e o eixo formado pelas Avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Doutor Chucri Zaidan, o Parque da Cidade terá pelo menos 8 mil vagas de estacionamento. Responsável pelo projeto, a Odebrecht Realizações Imobiliárias cita intervenções prometidas pelo poder público como medidas capazes de reduzir o impacto no trânsito. Na lista estão a extensão da Linha 5-Lilás e a construção do monotrilho do Morumbi, ambas em obras, além da modernização da Linha 9-Esmeralda, da CPTM.O investimento exigido da construtora, por enquanto, se limita a melhorias viárias. Até a conclusão do complexo, a OR terá de promover, por exemplo, o alargamento de um trecho da Marginal, a construção de uma nova ponte sobre o Rio Pinheiros e a instalação de sinalização mais moderna.Para o arquiteto e urbanista Antonio Claudio Fonseca, professor do Mackenzie, as exigências são tímidas. "O impacto de um empreendimento desse tipo é extraordinário, e não se mede em metros quadrados. Está na hora de a Prefeitura esquecer essa ideia de contrapartida rodoviarista, que só favorece o carro, e cobrar melhorias urbanísticas, como novas creches, teatros e parques na região", diz. "E mesmo que as obras sejam direcionadas ao trânsito, não há nada que impeça que elas deem prioridade ao transporte público."O diretor de construção de São Paulo da Odebrecht, Paulo Aridan Mingione, não descarta a possibilidade de os recursos serem transferidos para o monotrilho, por exemplo, ou mesmo para a criação de um corredor de ônibus. De acordo com a lei dos polos geradores de tráfego, a mudança é permitida, desde que o limite de investimento não passe de 5% do valor da obra.Para moradores do bairro, o porte do empreendimento preocupa sob o aspecto da mobilidade urbana. Presidente da Associação de Empreendedores e Moradores do Brooklin (AEMB), Ademar Távora afirma que o trânsito local já é bastante carregado e deve piorar. "O complexo pode ser favorável à região, mas desde que se adote um amplo conjunto de medidas que reduzam o impacto no tráfego, além, é claro, de investimentos em transporte público." O endereço abrigou durante 57 anos a fábrica de bicicletas da Monark, hoje instalada em Indaiatuba, no interior.Polêmico, o projeto tem como estratégia agradar e integrar moradores do bairro: um espaço gourmet, dividido em três blocos de restaurantes e bares, além de cinema e teatro no shopping anexo. A área verde também será um atrativo. Aberta 24 horas, funcionará como parque em um bairro carente de verde./ADRIANA FERRAZ

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