Prédios antigos da região ganham 'retrofit'

Edifício art déco na Ipiranga, que ficou conhecido pelas invasões de sem-teto, é um dos que passam por reforma

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Por Redação
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Se não tem terreno para construir, o jeito é reformar. O coração da região central já entrou na onda do 'retrofit'. Quase no cruzamento das Avenidas Ipiranga e São João, um símbolo da luta por moradia popular passa atualmente por um completo processo de repaginação. Construído no número 895 da Ipiranga, o edifício no estilo art déco que ficou conhecido pelas constantes ocupações de sem-teto, será reaberto em novembro com novas cores, divisão de espaços e moradores com idade média de 32 anos.Comprado pela construtora HM Engenharia, do Grupo Camargo Corrêa, o prédio tem 70 apartamentos com plantas que variam de 25 m² a 105 m². As unidades foram colocadas à venda em meados do ano passado. A comercialização foi direcionada a moradores com renda mensal máxima de dez salários mínimos, conforme determina o Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.O financiamento, porém, não seguiu as taxas do programa porque a Caixa Econômica Federal não tem linha de investimento específica para retrofit. O preço à vista não foi alterado, mas quem precisou de financiamento teve de arcar com uma taxa de juros elevada, de 9% ao ano. No Minha Casa, Minha Vida, esse índice é de 5%."Esse sistema precisa ser aperfeiçoado. O mercado tem interesse em investir no centro e a reforma hoje é uma opção, que sai do papel em cerca de 14 meses", diz o sócio da HM, Henrique Bianco.Na reforma, o valor médio do metro quadrado chegou a R$ 5 mil - cerca de 60% menos que a média cobrada nos lançamentos. Quando estiver pronto, a fachada ainda será a mesma, mas o prédio terá estilo mais moderno, com itens de lazer concentrados no térreo e no mezanino. "Só não vai ter garagem, como a maioria dos prédios do centro. É um edifício para quem usa metrô ou bicicleta." / A.F.

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