
05 de agosto de 2012 | 03h01
O prédio do DOI-Codi, na Rua Tutoia, atrás de onde funciona o 36.º Distrito Policial, no Paraíso, foi palco de alguns dos episódios mais sombrios do período, com torturas e assassinatos.
Desde o mês passado, o pedido de tombamento do prédio está sendo analisado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). Enquanto não ficar definido se o prédio deve ou não ser tombado, não pode sofrer nenhum tipo de mudança.
Integrantes da Comissão Estadual da Verdade querem a criação de um museu no local. "O prédio do DOI-Codi é o símbolo principal da tortura e dos crimes praticados pela ditadura militar. Nada melhor do que transformá-lo em um memorial contra a tortura", defende Ivan Seixas, integrante da Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos.
Atualmente, para registrar atrocidades da época, existe na cidade o Memorial da Resistência, localizado na antiga sede do Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo, no prédio da Pinacoteca, no centro. Algumas celas onde ficavam presos políticos foram preservadas no local. Numa parede, é possível ler o pedido de socorro da jornalista Rose Nogueira. "Pegaram meu bebê para me ameaçar." Também há emocionantes depoimentos gravados.
Outros lugares importantes do período da ditadura militar na cidade, como o Presídio Tiradentes, que entre outros presos recebeu a presidente Dilma Rousseff, foram destruídos. / B.P.M.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.