Prédio da antiga rodoviária de Campinas será implodido hoje

Moradores e comerciantes festejam ação, que marca início de recuperação urbanística da área

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Por Tatiana Favaro
Atualização:

O prédio no qual funcionou durante 36 anos a antiga rodoviária de Campinas, na Rua Barão de Parnaíba, no Botafogo, e um esqueleto de concreto erguido na Avenida Andrade Neves, no mesmo terreno, e abandonado há 40 anos, serão implodidos hoje, às 11 horas. A CDI Implosões, responsável pela implosão do Palace 2 no Rio, foi contratada por R$ 480 mil. O custo será dividido entre a prefeitura e a Maternidade de Campinas. Moradores e comerciantes comemoraram a notícia, uma vez que a degradação da área contribuiu para aumentar a violência. A prefeitura tem projeto de expansão do centro e reurbanização da área. "A implosão é um dos elementos simbólicos mais importantes nesse processo de combate à degradação dessa região", afirmou o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT). Outro projeto, assinado pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner, prevê a requalificação de 240 mil m² da antiga área da Ferrovia Paulista S.A. Um pré-projeto define espaços para shows, cinemas, faculdades, prédios residenciais e empresariais. Histórico. Parte da construção pertence ao município desde 2009, quando foi desapropriada. A prefeitura conseguiu, na noite de sexta-feira, no Tribunal de Justiça de São Paulo, suspensão da liminar que impedia a implosão dos prédios, concedida na quarta-feira. A 2.ª Vara da Fazenda Pública de Campinas decidiu a favor da incorporadora Ercasa, que alegou não ter tido tempo para avaliar os valores propostos para a desapropriação do imóvel, apresentados no dia 22."O processo vem sendo discutido há 20 meses. A Ercasa sequer é parte do processo e, portanto, não pode interferir na decisão sobre a implosão", afirmou o secretário de Assuntos Jurídicos, Carlos Henrique Pinto. "A prefeitura só partiu para o processo de implosão depois que todas as fases processuais da desapropriação estavam completas."O terreno no qual está o prédio da antiga rodoviária foi do município até a primeira década dos anos 1900, quando a prefeitura doou a área para a Maternidade de Campinas. Na década de 1960, o terreno foi separado em dois e a maternidade fez acordo com a empresa Nehemy e Valin para construir a rodoviária em metade da área. Para a outra, a empresa e parceiros como a incorporadora Ercasa tinham o projeto de construir um shopping, que nunca saiu do papel. A rodoviária funcionou até 22 de junho de 2008. A prefeitura informou que a dívida do IPTU da Nehemy e Valin chega a R$ 2 milhões, o que ultrapassaria o valor proposto inicialmente como indenização, no processo de desapropriação.

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