
02 de setembro de 2011 | 00h00
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Se aprovada, a proposta do prefeito vai alterar a Operação Urbana Faria Lima, de 1995, e descongelar os "estoques" (áreas disponíveis) para novos condomínios comerciais e residenciais em bairros já saturados, como Pinheiros e Itaim-Bibi, principalmente na Avenida Hélio Pellegrino e no entorno do Largo da Batata. No total, o prefeito quer vender mais 500 mil Certificados de Potencial Construtivo (Cepacs), quase o mesmo número que já foi negociado nos últimos dez anos na região.
No último leilão da operação, em 25 de maio de 2010, cada Cepac foi comercializado por R$ 4 mil, valor considerado até baixo nos dias de hoje, pela demanda do mercado - ou seja, com a venda, a Prefeitura lucraria no mínimo R$ 2 bilhões e as construtoras poderiam usá-los para construir prédios mais altos em terrenos menores.
"É que sobraram metros quadrados na região, mas não temos mais Cepacs para vender. O que for arrecadado agora será investido em melhorias dentro do próprio perímetro da operação", argumentou o secretário municipal de Planejamento, Rubens Chammas, que espera fazer o leilão dos novos Cepacs até o fim do ano. "Não estamos criando metros a mais, apenas estamos criando mais Cepacs para vender o que já existe."
O projeto chegou ontem a gabinetes de vereadores e já provocou reações adversas até de quem é do mercado imobiliário. Dono de construtora, o vereador Domingos Dissei (DEM) avalia que a região da Faria Lima já está com "trânsito impraticável" para receber mais empreendimentos. "Tem gente desesperada atrás de Cepac da Faria Lima e não existe mais nem para revenda. O problema é que a região se adensou demais. Talvez o governo devesse abrir mão desses últimos 452 mil m² para evitar colapso no trânsito."
PARA ENTENDER
A operação urbana permite obter dinheiro do mercado imobiliário para fazer melhorias urbanas. Com preço alto do m² e falta de terrenos, as construtoras precisam erguer prédios cada vez mais altos. O governo põe à venda títulos chamados de Cepac, que permitem ao comprador construir além de limites impostos pelo zoneamento.
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