Policiais são suspeitos de receberem propina para soltar empresário do ramo de relógios de luxo

Policiais civis de Osasco teriam aceitado propina de empresários de uma relojoaria de luxo do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, que estavam presos por adquirirem mercadorias de forma ilícita

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Por Isabela Moya
Atualização:

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo cumpriram oito mandados de busca e apreensão relativos a um suposto esquema de corrupção na Polícia Civil de Osasco. As buscas da Operação Haalapenz, como foi batizada, aconteceram nas residências de advogados, de policiais civis, em um escritório de advocacia e em uma delegacia nas cidades de Osasco, Barueri e São Paulo, na manhã desta sexta-feira, 3. 

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Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP/SP), o ato de corrupção aconteceu em janeiro, quando policiais civis do 6º Distrito Policial (DP) de Osasco teriam recebido R$ 170 mil em propina para soltar um empresário preso e suas mercadorias apreendidas. O crime, segundo o MP, foi intermediado por dois advogados, que compareceram à delegacia a pedido dos próprios policiais civis. Haalapenz é uma gíria húngara para uma espécie de propina paga a médicos e enfermeiros nos hospitais para ter melhor atendimento de saúde. 

Os empresários pertenciam ao ramo de relógios de luxo e haviam sido detidos após os policiais encontrarem um relógio roubado em uma loja do Shopping Cidade Jardim, na zona sul da capital.

Relógios de luxo de origem ilícita apreendidos pelaPolícia Civil e Gaeco de São Paulo Foto: MP/SP

Na ocasião, 14 mandados de busca e apreensão haviam sido cumpridos no Estado de São Paulo e em Minas Gerais decorrentes da operação Diamante de Sangue, que investigou uma associação criminosa especializada na receptação de relógios de luxo. Ao todo, mais de uma centena de relógios sem comprovação de origem, documentos, materiais eletrônicos e aparelho telefônicos haviam sido apreendidos.

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