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Policiais do Denarc acusados de extorsão têm prisão decretada

Eles foram presos em flagrante na semana passada acusados de extorquir empresários do litoral de SP

Por Bruno Tavares
Atualização:

A Justiça decretou a prisão preventiva de um policial militar, dois informantes do Denarc e do carcereiro Edilson Aparecido Queiroz, acusados de extorsão. Na semana passada, os dois informantes do Denarc foram presos em flagrante durante uma operação do Ministério Público Estadual e da Corregedoria da Polícia Civil.

 

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Os policiais são acusados de montar um esquema para achacar comerciantes do ramo de suplementos alimentares em Santos, no litoral paulista, e em cidades no interior. Para não ser descoberto, o grupo

teria adotado uma estratégia inusitada: terceirizou o recolhimento da propina. Os quatro policiais e dois informantes, foram indiciados por extorsão de dinheiro e formação de quadrilha.

 

O delegado Paulo Fleury, que até o mês passado comandava a 2ª Delegacia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) do Denarc, também é investigado. No carro usado pelos informantes Anderson Marques e Antonio Carlos Couto, foi encontrada uma pasta com o distintivo da Polícia Civil contendo duas ordens de serviço supostamente assinadas pelo delegado, além de endereços de lojas de suplementos alimentares em Santos e Campinas.

 

"O que dois informantes faziam com documentos internos da polícia?", questionou o promotor Cássio Roberto Conserino, do núcleo de Santos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). No ano passado, Fleury foi condenado a 6 anos e 8 meses de prisão por desviar produtos falsificados da Delegacia de Repressão à Pirataria do Departamento de Investigações sobre o Crime

Organizado (Deic).

 

Pré-datado

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O acerto entre os policiais e a vítima chamou a atenção do promotor e de delegados da Corregedoria pela ousadia. Metade da propina seria paga em dinheiro e o restante, com um cheque pré-datado. "O negócio deles (policiais) era extorquir (dinheiro), não importava como", anotou Conserino.

 

Em depoimento, o informante Anderson Marques confirmou o esquema. Disse que agia a mando dos policiais e que participou de ações parecidas em Sorocaba, Campinas e Taubaté. A tática era sempre a mesma: depois de procurar endereços de lojas de suplementos alimentares na internet, os informantes

encomendavam produtos cuja venda é proibida. Depois que os comerciantes caiam na armadilha, os policiais passavam a achacá-los. Vítimas e testemunhas já reconheceram por fotografia o PM e o carcereiro Queiroz.

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