PUBLICIDADE

Polícia reconstitui agressão a vigilante em supermercado de Osasco

Em agosto de 2009, o segurança Januário Alves de Santana foi confundido com um ladrão e agredido por seguranças do supermercado Carrefour

Por Bruno Lupion
Atualização:

 

SÃO PAULO - A Polícia Civil reconstituiu na madrugada desta terça-feira, 17, a agressão ao segurança Januário Alves de Santana ocorrida no estacionamento do supermercado Carrefour de Osasco há cerca de um ano. Na época, os vigilantes da empresa disseram ter confundido Santana, que é negro, com um ladrão.

 

PUBLICIDADE

O comando da investigação, sob responsabilidade do 9º Distrito Policial de Osasco, decidiu reconstituir o crime num período em que o estabelecimento estivesse fechado, sem a presença de clientes ou da imprensa. O procedimento foi acompanhado por Roseli de Oliveira, coordenadora de políticas públicas para a população negra e indígena da Secretaria da Justiça do Estado.

 

O Carrefour afirmou, em nota à imprensa, que "definiu medidas imediatas no sentido de difundir conceitos sobre a diversidade e promover a inclusão social". Segundo a nota, a empresa elaborou, em parceria com uma instituição especializada, "uma cartilha para sensibilização e promoção da diversidade, a ser distribuída para o público interno e externo".

 

O caso

 

Em agosto de 2009, o segurança Januário Alves de Santana foi confundido com um ladrão e agredido por seguranças do supermercado Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Ele foi tomado como suspeito de roubar seu próprio carro, um EcoSport.

 

Santana foi levado até um cômodo e espancado por cinco homens. "Eles falaram que eu ia roubar o EcoSport e a moto. Quando disse que o carro era meu, eles batiam mais", contou. Quando três policiais militares chegaram ao local, Santana explicou que seus documentos estavam no carro. "Eles riam e diziam 'sua cara não nega. Você deve ter pelo menos três passagens pela polícia.'"

 

Em março deste ano, o Carrefour indenizou a vítima, em um acordo extrajudicial sem valor divulgado. Além disso, o supermercado emitiu um pedido formal de desculpas, demitiu funcionários envolvidos no caso e rompeu o contrato com a Empresa Nacional de Segurança Ltda., empregadora dos acusados de terem espancado o vigilante.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.