Polícia paulista reforça segurança de torcedores argentinos

Ameaças e notícias de confrontos na cidade deixaram torcedores com medo; poucos celebraram a derrota do Brasil

PUBLICIDADE

Por Paulo Saldaña
Atualização:

SÃO PAULO - A concentração de argentinos no Sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo, foi isolada pela PM e pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) após a derrota do Brasil para a Alemanha. Com notícias de quebra-quebras e de brasileiros hostilizando argentinos pela cidade, a polícia pedia na noite desta terça-feira, 8, que ninguém saísse do local.

PUBLICIDADE

Dez viaturas da GCM com giroflex ligado, viaturas da PM e até um caminhão da Tropa de Choque faziam a segurança do acampamento, por volta das 20 horas. “Estamos orientando todos a não sair, já passaram xingando e tivemos relatos de gente armada”, disse o controlador do estacionamento, Ademir Correa.

Na hora do jogo, muitos argentinos gritaram pela goleada e comemoraram a derrota brasileira. Mas, uma hora após o fim da partida, o clima no acampamento não era de festa - pela apreensão provocada pelos xingamentos dos brasileiros ou pela decepção em não ver uma final com o maior rival.

O argentino Fritz Latzina, de 48 anos, que se diz “torcedor profissional”, garante que não queria a derrota do Brasil. “A rivalidade é parte da festa. Como choro quando perco, eu sinto essa derrota”, diz ele, que veio de ônibus para o Brasil. “Um 7 a 1 é humilhante, é feio, não é legal.”

Era a mesma sensação do jornalista Juan González, de 65 anos, que veio no mesmo ônibus com Latzina. “Mas estou feliz por terem perdido, porque viemos com muito medo.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.