
08 de julho de 2014 | 23h16
SÃO PAULO - A concentração de argentinos no Sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo, foi isolada pela PM e pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) após a derrota do Brasil para a Alemanha. Com notícias de quebra-quebras e de brasileiros hostilizando argentinos pela cidade, a polícia pedia na noite desta terça-feira, 8, que ninguém saísse do local.
Dez viaturas da GCM com giroflex ligado, viaturas da PM e até um caminhão da Tropa de Choque faziam a segurança do acampamento, por volta das 20 horas. “Estamos orientando todos a não sair, já passaram xingando e tivemos relatos de gente armada”, disse o controlador do estacionamento, Ademir Correa.
Na hora do jogo, muitos argentinos gritaram pela goleada e comemoraram a derrota brasileira. Mas, uma hora após o fim da partida, o clima no acampamento não era de festa - pela apreensão provocada pelos xingamentos dos brasileiros ou pela decepção em não ver uma final com o maior rival.
O argentino Fritz Latzina, de 48 anos, que se diz “torcedor profissional”, garante que não queria a derrota do Brasil. “A rivalidade é parte da festa. Como choro quando perco, eu sinto essa derrota”, diz ele, que veio de ônibus para o Brasil. “Um 7 a 1 é humilhante, é feio, não é legal.”
Era a mesma sensação do jornalista Juan González, de 65 anos, que veio no mesmo ônibus com Latzina. “Mas estou feliz por terem perdido, porque viemos com muito medo.”
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