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DHPP ouve testemunhas de chacina e PMs da região

Policiais militares que trabalham em batalhões da região darão depoimentos na segunda-feira, 17 ao departamento, Ministério Público Estadual (MPE) e Corregedoria da corporação

Por Luiz Fernando Toledo e Rafael Italiani
Atualização:

Duas testemunhas que presenciaram uma das 18 mortes em Osasco e Barueri na noite de quinta-feira, 15, foram ouvidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o Delegado Luis Fernando Lopes Teixeira, titular da Delegacia de Latrocínios e Chacinas, ambas estavam com “muito medo” de falar, temendo novos ataques. 

A partir da próxima segunda-feira, 17, a Polícia Civil, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Corregedoria da Polícia Militar começam a ouvir policiais militares de batalhões que fazem o policiamento em Osasco e Barueri. A principal suspeita é a de que PMs encapuzados tenham executados as vítimas em retaliação à morte do cabo Avenilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, morto no dia 7 com quatro disparos efetuados por dois ladrões. Os criminosos usaram a arma do próprio policial no crime. 

Há a suspeita de que as mortes tenham ocorrido em reação ao latrocínio de um policial militar em Osasco e um guarda civil metropolitano em Barueri Foto: Rafael Arbex / ESTADAO

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Ontem, a força-tarefa montada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública divulgou que o trabalho de criminalística encontrou um novo tipo de calibre nos projéteis encontrados em dez locais diferentes: cápsulas de pistola .45. Os atiradores também utilizaram armas calibre .38, 380 e 9 mm.

“Poderemos identificar se os crimes foram cometidos por um mesmo grupo”, disse o delegado Luis Fernando Lopes Teixeira, titular da delegacia do DHPP especializada em múltiplos homicídios. Ainda segundo ele, novas imagens que podem identificar os autores dos disparos têm chegado aos investigadores do caso.

A polícia já sabe que um Peugeot Prata, uma motocicleta e um Renault Sandero também da cor prata foram usados na chacina. Ao menos seis homens participaram da série de ataques em nove pontos diferentes, em um intervalo de pouco mais de três horas. A polícia está limpando imagens de câmeras de segurança para identificar as placas dos carros. Em alguns ataques, os mesmos atiradores que usavam as máscaras apareceram com os rostos à mostra. 

Os primeiros disparos foram efetuados às 20h30, em Osasco, e os últimos tiros foram efetuados às 23h45 em Barueri. Além dos 18 mortos, outras seis pessoas ficaram feridas. O governo estadual vai manter o reforço do efetivo de 43 viaturas e 83 PMs da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), Força Tática e Comando de Operações Especiais.

Foragidos. Os dois ladrões suspeitos de atiraram no cabo Pereira em um assalto no dia 7 continuam foragidos. Apesar do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmar que as prisões temporárias de 30 dias contra Thiago Santos Almeida, de 26 anos, e Wagner Rodrigues, de 27, terem sido decretadas logo após a morte do policial militar, apenas na última sexta-feira, 14, é que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) divulgou fotos da dupla. A cúpula do departamento afirma que "tudo começou" no assassinato do policial. 

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