
16 de junho de 2011 | 00h00
A Polícia Militar deve ocupar no domingo o Morro da Mangueira, na zona norte do Rio, para a instalação da 18.ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na cidade. A operação fechará o cinturão de segurança da região previsto para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016.
Na segunda quinzena de maio, o governo do Estado anunciou que ocuparia a favela, apontada como um dos principais entrepostos do Comando Vermelho para a distribuição de drogas aos demais morros dominados pela facção criminosa.
A estimativa é que a futura UPP conte com 250 homens para patrulhar a Mangueira, além dos morros vizinhos do Tuiuti e Telégrafos. O objetivo do governo é que o trajeto até o complexo esportivo do Maracanã possa ser feito desde a turística zona sul, passando pelo centro da cidade, sem que o visitante passe ao lado de favelas dominadas por traficantes. As únicas exceções ainda são as favelas da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado (zona sul), que ainda permanecem controladas por traficantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA).
O aviso prévio da ocupação causou desconforto na cúpula da Segurança Pública do Rio. Policiais do Setor de Inteligência avaliavam que se a operação fosse sigilosa, eles poderiam apreender mais drogas e até prender traficantes.
No entanto, o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Rene Alonso, já defenderam várias vezes a chamada "guerra avisada" para evitar confrontos e não despertar a antipatia dos moradores das favelas contra a UPP.
Desde o anúncio da ocupação da Mangueira, em maio, o Bope realizou incursões na favela para enfraquecer o tráfico. Um traficante foi morto. Segundo os moradores, as principais lideranças criminosas já deixaram o local.
Entre os fugitivos estaria o traficante Alexander Mendes da Silva, o Polegar, de 35 anos. Em setembro de 2009, mesmo acusado de quatro homicídios na prisão, ele progrediu para o regime aberto "por bom comportamento", mas nunca voltou para dormir na cadeia.
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