01 de junho de 2009 | 15h44
O campus da Universidade de São Paulo (USP) amanheceu ocupado pela Polícia Militar (PM) nesta segunda-feira, 1. Membros da Força Tática organizaram uma linha defensiva na entrada da Reitoria e viaturas foram destacadas para diversas faculdades. Por volta das 15h30, a PM deixou o campus.
Os policiais atenderam ordem da juíza Maria Fernanda de Toledo Rodovalho, da 12ª Vara de Fazenda Pública do Estado, expedida em uma ação de reintegração de posse proposta pela universidade.
A Reitoria, por meio de sua assessoria, informou que a ação de reintegração de posse foi proposta pois grevistas bloqueavam duas entradas do prédio desde a última quarta-feira, 27, impedindo a entrada de outros funcionários. Ao chegar no campus, porém, a polícia não se deparou com um bloqueio e decidiu permanecer "preventivamente".
O clima ficou tenso principalmente pela manhã. Pegos de surpresa, muitos estudantes consideraram a medida exagerada. Os funcionários, que decidiram ontem manter a greve deflagrada há 26 dias, marcaram novo protesto para quarta-feira, às 11h. Para os grevistas, a presença da PM foi "ditatorial".
Para a estudante Lia Segre, que chegou à universidade às 8 horas e se deparou com a presença dos policiais, a medida faz parte da uma estratégia da Reitoria para acabar com a greve dos funcionários. "Os funcionários que não voltaram para o trabalho estão sendo pressionados por seus chefes para voltarem, e os que não voltam temem represália política", disse. "Essa reintegração de posse é um absurdo, pois o prédio não estava ocupado", afirmou.
O Sintusp exige reposição inflacionária de 6,1%, reajuste de 10% e a readmissão do ex-funcionário Claudionor Brandão, demitido em 2008. A USP oferece reajuste de 6,05% a partir dos vencimentos de maio e aumento de 16%, em média, nos benefícios.
Texto editado às 16h30 para acréscimo de informações
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