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Polícia indicia instrutor por morte em parapente

Por Antonio Pita e RIO
Atualização:

A Polícia Civil do Rio indiciou ontem o instrutor Allan Figueiredo por homicídio culposo por causa da morte da turista baiana Priscila Boliveira, de 27 anos, que caiu de uma altura de 30 metros durante um voo livre de parapente. O acidente aconteceu no domingo, na Praia de São Conrado, zona sul do Rio. A jovem passava férias na casa do irmão, Fabrício Boliveira, ator que atuou no filme Tropa de Elite 2 e em novelas da Rede Globo. A polícia acredita que houve imprudência do instrutor e afirma que vai investigar fraude na prática comercial do voo livre. "Já está claro que a cinta de segurança não foi apertada corretamente", diz o delegado Fábio Barucke, responsável pelo caso. Priscila estaria com o cinto de segurança apenas nos braços. O equipamento foi encaminhado para perícia para avaliar se houve negligência na manutenção. O laudo ficará pronto em dez dias. O instrutor Allan Figueiredo prestou depoimento na noite de domingo e foi liberado. Ele não teve ferimentos. Figueiredo trabalha com voos livres há 12 anos, mas não apresentou a credencial para a prática e será intimado novamente para entregar o documento. A polícia também cobrou do instrutor a apresentação de uma câmera filmadora utilizada para registrar o voo - que poderia fornecer detalhes do acidente. O aparelho desapareceu antes de a polícia chegar à praia. Ilegal. Desde 2003, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proíbe a realização de voos comerciais em parapente e asa-delta. A prática só é permitida com fins esportivos. Os clubes de voo, entretanto, oferecem aos turistas um curso básico, cuja aula inaugural é um voo em dupla. Apesar da proibição, a prática do voo é uma das principais atrações turísticas do Rio. Anualmente, são feitos cerca de 30 mil voos de instrução. O valor do passeio é de R$ 250. De acordo com a Anac, a responsabilidade pela prática é dos clubes.

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