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Polícia encontra 5 corpos na zona rural de Mogi das Cruzes

Investigação tenta determinar se são de jovens do Parque São Rafael que desapareceram quando iam para uma festa em Ribeirão Pires

Por e Felipe Cordeiro
Atualização:

MOGI DAS CRUZES - A polícia encontrou cinco corpos neste domingo, 6, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e investiga se são dos jovens da zona leste da capital paulista que desapareceram há duas semanas, após terem saído de casa para ir a uma festa em Ribeirão Pires, também na região metropolitana. Os quatro primeiros corpos foram achados à tarde e o quinto, à noite.

Viaturas em matagal onde corpos foram achados; área de difícil acesso é conhecido local de desova Foto: Rafael Arbex/Estadão

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O desaparecimento mobilizou o Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar na busca dos jovens depois que uma comissão de mães foi recebida, na sexta-feira, pelo secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves. 

Os corpos foram localizados por um sitiante da zona rural de Mogi das Cruzes. A área fica em uma plantação de eucaliptos na Serra do Mar e é um conhecido local de desova de cadáveres. É um ponto de difícil acesso, cortado por estradas de uso apenas para tratores. O cheio forte e a presença de urubus chamaram a atenção dele. Chamada pelo sitiante, a Polícia Militar encontrou os corpos enterrados no fundo de um barranco. Havia cal jogado em cima das covas. No barranco, policiais recolheram uma cápsula de espingarda calibre 12 e nove de pistolas calibre .40, de uso restrito. 

Embora estivessem em “avançado estado de decomposição”, segundo informou a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), foi possível aos policiais observarem que “um dos corpos estava com uma fralda geriátrica”, disse o delegado José Alvarenga, do 2.º Distrito Policial de Mogi (Brás Cubas). Um dos jovens desaparecidos é cadeirante. 

Mais cedo, na manhã de domingo, policiais estiveram na casa dos jovens para pedir peças de roupas dos desaparecidos às famílias, segundo informou o advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), que acompanha o caso. Elas seriam para auxiliar as equipes policiais que faziam as buscas.

Abordagem. O desaparecimento dos jovens, com idades entre 16 e 30 anos, aconteceu após um deles ter se queixado para uma amiga, por meio do aplicativo WhatsApp, de uma abordagem policial. Quatro deles iriam para uma festa em um sítio de Ribeirão Pires, de uma menina que um dos amigos havia conhecido pelo Facebook. O quinto desaparecido, um homem de 30 anos, havia sido contratado para levar os jovens à festa. Antes de sumirem, eles também usaram o celular para pedir ajuda com o carro, um Santana, que teria quebrado em Mauá. O carro foi localizado, sem as chaves, em Ribeirão, dois dias após os rapazes sumirem. 

Um dos rapazes teria sofrido ameaças de parentes de um guarda-civil municipal de Santo André, assassinado cerca de um mês atrás.

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O registro da localização dos corpos foi feito pela Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o desaparecimento. Os cadáveres foram levados, em seguida, para o Instituto Médico-Legal (IML) da capital.

Os corpos passarão por exames de identificação para a confirmação ou não se são dos jovens desaparecidos ou se o caso se trata de outro crime. 

Além do Condepe, o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública do Estado também acompanham o caso. A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou ontem que não daria mais detalhes sobre a ocorrência para não atrapalhar as investigações.

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