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Polícia Civil exige três relatórios diários sobre grevistas

Presidente do Sipesp, João Batista Rebouças, diz que qualquer ato de retaliação será denunciado

Por Cláudio Dias e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A Delegacia Geral da Polícia Civil de São Paulo determinou uma nova ferramenta para tentar barrar a greve da categoria que completa nesta terça-feira, 7, 22 dias. O Estado teve acesso a um documento assinado pelo delegado do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter-3), George Henry Millard, e encaminhado aos delegados seccionais de Araraquara, São Carlos, Sertãzinho, Barretos, Franca, Bebedouro e Ribeirão Preto exigindo três relatórios diários sobre os grevistas.   A mensagem número 2154/08, de 6 de outubro, assinada pelo próprio delegado regional, pede aos delegados seccionais relatórios diários relacionados ao movimento grevista, às 10 horas, 14 horas e 18 horas das unidades que estão se recusando a efetuar as ocorrências. A medida ainda exige o nome dos delegados, investigadores e escrivães que não estão atendendo aos pedidos de Boletins de Ocorrências (BOs). A determinação atinge a 93 cidades.   Policiais dizem que a mensagem de resposta vem sendo padrão. Informam que a freqüência dos grevistas é de 100% e os serviços atendem aos 80% previstos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRT). O presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo (Sipesp), João Batista Rebouças, diz que qualquer ato de retaliação será denunciado. "A movimento é legal e se alguém for ameaçado entraremos com ação de abuso de autoridade."   Tanto Millard quando os delegados seccionais não foram autorizados a dar entrevista sobre a greve. A assessoria de imprensa da Delegacia Geral de Polícia foi procurada para comentar se a postura adotada no caso é regional ou estadual, mas não retornou o contato.

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