Polícia Civil confirma nove vítimas do segurança de Mogi

O segurança Jonathan Lopes de Santana agrediu filho da prima, cometeu três tentativas de homicídio e matou 6 

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Por Felipe Resk e Rafael Italiani
Atualização:
O segurança Jonathan Lopes de Santana, de 23 anos, confessou a morte de seis pessoas quando foi preso; Ao menos outras três vítimas já foram descobertas Foto: Daniel Carvalho/Mogi News

Atualizada às 23h39
MOGI DAS CRUZES - Acusado de matar seis pessoas e de decapitar quatro de suas vítimas em Mogi das Cruzes e Poá, na Grande São Paulo, o segurança Jonathan Lopes de Santana, de 23 anos, atacou pelo menos nove pessoas, entre elas uma criança de 3 anos, que tentou estrangular. Preso na quarta-feira, 3, ele confessou os crimes à Polícia Civil e disse que foi motivado por “um pacto com o diabo”.
De acordo com o delegado-seccional de Mogi, Marcos Batalha, o menino é filho de uma prima do acusado. Ele foi atacado durante uma festa de casamento da família, no sábado - Santana cometeu todos os homicídios entre a noite de sexta-feira e a manhã de quarta. 
“Um dos convidados avisou à mãe que o menino, que estava brincando no parquinho, estava sufocando”, disse Batalha. Ela correu ao local, o encontrou no colo de Santana, e percebeu o nervosismo do primo com sua chegada. “Ele disse que estava socorrendo o menino, que ele havia se machucado sozinho”, contou Batalha.
No hospital, foram encontradas marcas de estrangulamento na criança. Ainda segundo o delegado, o menino disse ao médico que o “tio” o teria enforcado. Apesar da desconfiança inicial da mãe, ela só acreditou na versão do garoto após o primo ter sido preso.

Santana tem imagem de arma tatuada na pele Foto: Divulgação/Polícia

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Mais vítimas. Um dia depois de tentar matar a criança, Santana atacou dois moradores de rua. No domingo, Geovane Ribeiro dos Santos, de 19 anos, dormia perto do Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi, quando o segurança desceu do carro, colocou uma sacola perto do rosto da vítima, sacou a machadinha e o atingiu na cabeça.

Um outro morador de rua que também estava no local fugiu. “A vítima não conseguiu ver o rosto do agressor, mas o companheiro que dormia ao lado dele acordou e identificou Santana depois de ver as imagens da TV”, disse Batalha. Com cortes profundos, Santos foi internado e deixou o hospital na quarta.

Demissão. A polícia também informou nesta quinta-feira que Santana foi demitido da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), onde trabalhava como segurança, após se envolver em uma briga. A empresa confirmou a demissão no dia 26 de junho, informou que ele era “terceirizado” e negou haver registro de agressões.

O computador do acusado foi apreendido para perícia. Santana disse que atacava moradores de rua porque eles “não se integravam ao sistema, já que não pagavam impostos” - sua meta era fazer 31 vítimas. 

Seu advogado, Edson Pereira Reis, disse que vai comentar o caso assim que estiver “ciente de todos os autos”.

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Quem são as vítimas fatais: 

- Flávia Aparecida de Paula Honório, de 38 anos, possível moradora de rua. Morta em Mogi das Cruzes na última sexta-feira, 28.

- Morador de rua ainda não identificado. Teve o corpo carbonizado pelo assassino na segunda-feira, 1, em Mogi.

- Kelly Caldeira da Silva, de 24 anos, possível moradora de rua. Foi morta e decapitada em Poá, por volta das 20h30 da terça-feira, 2.

- Carlos César de Araújo, de 34 anos, morador de rua. Foi morto e decapitado em Mogi, por volta das 6h20 desta quarta-feira, 3.

- Maria Aparecida do Nascimento, de 46 anos, profissão não informada. Fazia uma caminhada quando foi morta e decapitada em Mogi, por volta das 6h35 desta quarta-feira, 3.

- Maria do Rosário Coentro Amaral, de 59 anos, profissão não informada. Estava indo para o trabalho quando foi morta e decapitada em Mogi, por volta das 6h50 desta quarta-feira, 3.

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