Protesto do MPL termina com depredação em Pinheiros e detidos

Ao menos três pessoas foram presas ao tentar bloquear pista da Marginal; outras cinco foram levadas para averiguação e liberadas

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:
Manifestante é imobilizado por agentes de segurança na Estação Pinheiros, na zona oeste da capital Foto: Gabriela Biló/Estadão

SÃO PAULO - O segundo ato organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo, em vigor desde o dia 7, terminou em confusão e vandalismo na região do Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, na noite desta quarta-feira, 17. Um grupo de manifestantes usou lixo para montar uma barricada e bloquear vias. Em seguida, depredou uma agência bancária, abrigos de ônibus e caminhou pela Rua Pais Leme em direção ao Terminal Pinheiros. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

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Ao menos cinco pessoas foram detidas na Rua Pais Leme para averiguação por homens da Força Tática, mas foram liberadas. Outras três foram presas na Marginal do Pinheiros, na altura da Estação Pinheiros, ao tentar bloquear a pista local no sentido da Rodovia Castelo Branco. A PM usou bombas para dispersar os manifestantes - alguns fugiram para dentro do bairro. 

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Após a dispersão do ato, manifestantes seguiram em direção ao Terminal Pinheiros e tentaram invadir a estação de metrô Foto: Gabriela Biló/Estadão

As perseguições ainda aconteceram nas ruas do Baixo Pinheiros, entre o Largo da batata e o terminal de ônibus. Bares da região fecharam as portas mais cedo. Em frente ao terminal, policiais jogaram bomba próximo à entrada do Coqueiro, o que assustou os clientes do estabelecimento.

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Agência do Bradesco localizada na Rua Butantã, em Pinheiros, foi depredada Foto: Gabriela Biló/Estadão

A concentração do protesto estava marcada para as 17 horas na Rua Itália, nos Jardins, na zona sul, endereço da casa do prefeito João Doria (PSDB). No entanto, duas quadras da via foram bloqueadas por homens da PM e da Guarda Civil Metropolitana (GCM) à tarde. Dois blindados da PM permaneceram na região da casa do prefeito, e o trânsito de moradores ocorria mediante revista pessoal.

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O MPL decidiu, então, alterar o local de concentração para o cruzamento das Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Cidade Jardim e seguir para o Largo do Batata.

O Movimento Passe Livre decidiu alterar o local da concentração da manifestação após a Polícia Militar bloquear as ruas do entorno da casa do prefeito João Doria Foto: Gabriela Biló/Estadão

Os policiais pediram que os manifestantes ocupassem apenas o canteiro central da Faria Lima, para que a via não ficasse interditada durante um horário de trânsito intenso. A recomendação, porém, não foi atendida pelo MPL. A polícia, então,  tentou convencê-los a liberar pelo menos uma faixa, mas eles não aceitaram

Movimentos estudantis brigaram por causa da posição de bandeiras durante a saída do ato Foto: Gabriela Biló/Estadão

A polícia e o movimento não divulgaram quantas pessoas participam do ato, que contou com menos manifestantes do que na semana passada - quando a PM informou haver 1 mil e o MPL, 8 mil.

Manifestantes chamaram o prefeito João Doria de 'patrão' em protesto Foto: Gabriela Biló/Estadão

Durante a saída do ato, houve um princípio de confusão entre os próprios manifestantes. Movimentos estudantis brigaram por causa da posição de bandeiras.

Este é o segundo protesto organizado pelo Movimento Passe Livre contra o reajuste da tarifa de ônibus em São Paulo Foto: Gabriela Biló/Estadão

Protestos 

Este é o segundo protesto do MPL contra o reajuste de R$ 3,80 para R$ 4 no transporte coletivo. O primeiro, realizado na quinta-feira passada, 11, acabou em tumulto no centro da capital. A PM usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar um grupo que tentava invadir a Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para pular a catraca, após o término do ato. 

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