Polícia admite participação do PCC em assaltos a empresas de valores
Ação em Santo André foi o quarto caso registrado este ano; cidade foi cercada e 11 carros acabaram incendiados
Por Alexandre Hisayasu
Atualização:
O diretor do Departamento de Investigações Criminais (Deic), delegado Emygdio Machado Neto, afirmou nesta quarta-feira, 17, que a polícia investiga a participação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na tentativa de roubo à Protege, em Santo André, no ABC Paulista. Ele afirmou também os bandidos considerados mentores da ação são os mesmos que assaltaram três outras empresas de transportes de valores em Ribeirão Preto, Campinas e Santos, e levaram quase R$ 140 milhões. "A participação (do PCC) é investigada. E o caso de hoje tem ligação com todos os demais anteriores", afirmou Machado Neto.
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Ouça troca de informações entre policiais no momento do ataque:
O Estado revelou detalhes da investigação da polícia sobre o envolvimento do PCC nas três ações registradas até então, em reportagem publicada em 11 de julho. No dia seguinte, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) obrigou o Deic a desmentir a suspeita de participação do PCC nos crimes, o que foi feito em entrevista coletiva. Nesta quarta, o diretor do departamento não só afirmou que há suspeita como bandidos ligados à facção foram identificados e alguns estão presos.
Tentativa de roubo à Protege em Santo André, no ABC Paulista
1 / 32Tentativa de roubo à Protege em Santo André, no ABC Paulista
Tiroteio assustou moradores do ABC
A tentativa de roubo à Protege em Santo Andréaconteceu na madrugada de 17 de agosto Foto: Werther Santana/Estadão
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Ao deixar a empresa de transporte de valores, os invasores trocaram tiros com funcionários da empresa e incendiariam veículos das proximidades durante... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
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Sede da Protege em Santo André ficou danificada com marcas de bala nas paredes Foto: Werther Santana/Estadão
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A longa e intensa troca de tiros entre os criminosos e os seguranças da Protege assustou os moradores do bairro Campestre, em Santo André Foto: Werther Santana/Estadão
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Três veículos foram incendiados no Viaduto Grande São Paulo, na zona leste da capital paulista Foto: Werther Santana/Estadão
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De autoria da deputada Célia Leão (PSDB), o projeto foi criado após os ataques classificados por ela como 'cinematográficos' a empresas em Campinas, S... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
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Reportagem do 'Estado' mostrou quea facção Primeiro Comando da Capital (PCC) foi a responsávelpelos três roubos anteriores e que os crimes renderam pe... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
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Um dos veículos incendiadosna zona leste da capital Foto: Werther Santana/Estadão
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Em grupos de WhatsApp, moradores publicaram fotos dos estragos após o ataque à Protege Foto: WhatsApp/Reprodução
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Paredes e parte do teto de uma área externa do condomínio ficaram destruídas Foto: WhatsApp/Reprodução
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Os criminosos atearam fogo em vários veículos para dificultar a perseguição policial e facilitar a fuga Foto: Vilque e Adriana Sheokó/Ouvintes da Rádio Estadão
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Os bombeiros tiveram dificuldade para conter as chamas Foto: Vilque e Adriana Sheokó/Ouvintes da Rádio Estadão
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Nas redes sociais, moradores publicaram fotos, vídeos e relatos que mostram os 'momentos de terror' e a 'madrugada de pânico' em Santo André Foto: Vilque e Adriana Sheokó/Ouvintes da Rádio Estadão
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Balas e projéteis se acumularam nas ruas depois do intenso tiroteio em Santo André Foto: Vilque e Adriana Sheokó/Ouvintes da Rádio Estadão
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Ouvinte da 'Rádio Estadão' exibe objeto encontrado após o tiroteio Foto: Vilque e Adriana Sheokó/Ouvintes da Rádio Estadão
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Cápsulas abandonadas após a troca de tiros Foto: Reprodução
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A suspeita da Polícia Civil é de que o PCC esteja por trás dos ataques às empresas de transporte de valores Foto: Reprodução
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Os moradores relataram 'cenário de guerra' durante a madrugada Foto: WhatsApp/Reprodução
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Moradores compartilharam em grupos do WhatsApp os estragos após o tiroteio em Santo André Foto: WhatsApp/Reprodução
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Carreta e veículo de passeio incendiados no Viaduto Grande São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão
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As interdições deixaram o trânsito lento na zona leste da capital paulista e no ABC Paulista Foto: Werther Santana/Estadão
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O trânsito no quilômetro 12 da Rodovia Anchieta ficou congestionado por causa das vias bloqueadas na região do ABC Foto: Werther Santana/Estadão
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Viatura da Polícia Militar atingida por disparos de criminosos Foto: Reprodução
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Segundo a Protege, um trabalhador ficou ferido por estilhaços e não houve roubo Foto: Werther Santana/Estadão
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O Viaduto Grande São Paulo precisou ser interditado para a chegada da perícia Foto: Werther Santana/Estadão
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Após o tiroteio, várias cápsulas de bala ficaram espalhadas pelas ruas Foto: Werther Santana/Estadão
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Um projeto de lei querproibir a instalação de empresas de transporte de valores no perímetro urbano das cidades paulistas Foto: Marcos Bezerra/Futura Press
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Em frente à Protege, há um condomínio de prédios residenciais Foto: WhatsApp/Reprodução
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Caminhão foi incendiado durante a fuga dos criminosos Foto: Vilque e Adriana Sheokó/Ouvintes da Rádio Estadão
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O trânsito ficou lento na região por causa dos bloqueios provocados pelos veículos incendiados Foto: Vilque e Adriana Sheokó/Ouvintes da Rádio Estadão
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A Polícia Civil investiga a participação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital no ataque à Protege em Santo André Foto: Werther Santana/Estadão
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Segundo a Polícia Militar, nenhum agente ficou ferido nos tiroteios Foto: Reprodução
A polícia considera que a ação dos criminosos foi frustrada, apesar de toda a estratégia de guerra utilizada para tentar roubar a Protege. A empresa, diferentemente das outras ações, reforçou a segurança com vigilantes. Eram 10 quando os bandidos chegaram dando tiros de fuzil e metralhadoras. Os vigilantes, armados com escopetas calibre 12 e revólveres, trocaram tiros com os ladrões, o que atrasou o andamento do assalto e ajudou na chegada da polícia ao entorno da Protege.
Na fuga, os bandidos trocaram tiros com a Polícia Militar, incendiaram 11 veículos e causaram pânico na cidade. Um funcionário ficou ferido e nada foi levado da empresa.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, além da Rua dos Coqueiros, sede da Protege, houve outros focos de incêndio nas proximidades, semelhantes a barricadas, e a distribuição de pregos retorcidos nas pistas para tentar conter a chegada da polícia.
Mega-assaltos em SP
1 / 10Mega-assaltos em SP
Assalto à Protege
Fuzis e munição usados pela quadrilha no assalto à Protege, em Campinas, em 14 de março Foto: Polícia Civil
Assalto à Protege
Fuzis e munição usados pela quadrilha no assalto à Protege, em Campinas, em 14 de março Foto: Polícia Civil
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Rádios usados por suspeitos de assalto à Protege, em Campinas Foto: Polícia Civil
Assalto à Protege
Balde de munição apreendido pela polícia Foto: Polícia Civil
Assalto à Protege
Samuel Santos, suspeito de assalto à Protege, em Campinas Foto: Polícia Civil
Assalto à Protege
Airton Francisco de Almeida Junior, suspeito de assalto à Protege, em Campinas Foto: Polícia Civil
Assalto à Protege
Munição apreendida com suspeitos de assalto à Protege, em Campinas Foto: Polícia Civil
Assalto à Protege
Armas apreendidas com suspeitos de assalto à Protege, em Campinas Foto: Polícia Civil
Assalto à Prosegur
Fotos do sítio usado pela quadrilha que roubou a Prosegur, em Ribeirão Preto Foto: Polícia Civil
Assalto à Protege
Luciano Castro de Almeida, apontado pela Polícia como um dos organizadores do assalto à Protege de Campinas. Está há 14 anos foragido da Justiça. Foto: Polícia Civil
A Protege informou, em nota, que os vigilantes e as barreiras do sistema de segurança impediram que os criminosos tivessem acesso ao caixa-forte da empresa e que conseguissem realizar o assalto. A empresa afirmou ainda que o funcionário ferido recebeu atendimento e passa bem. "A Protege aguarda a apuração dos fatos e, para isso, colabora com as autoridades policiais em sua investigação."