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PMs ferem duas meninas com bala de borracha

Por CAMILA BRUNELLI
Atualização:

Uma menina de 11 anos e uma adolescente de 14 foram atingidas por uma bala de borracha disparada por um PM no Jardim Mitsutani, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, na noite de quarta-feira. Segundo os policiais, o alvo era um suspeito na garupa de uma moto, em uma viela perto do local. Em nota, a PM lamentou o ocorrido e afirmou que abriu inquérito para apurar o caso e afastou os soldados do serviço operacional.Segundo a mãe da menina de 11 anos, Regiane Francisco da Silva, de 39, a criança havia saído para comprar detergente, por volta das 21h. Regiane a acompanhou até a portão. "Estavam só as três amigas dela. Não tinha viatura, nem moto, nada. Assim que fechei o portão, ouvi um carro parando e alguém dizendo para as quatro encostarem. Eu já estava voltando para ver o que acontecia, quando ouvi o estouro."A PM afirma que, "por motivos a esclarecer", um policial disparou contra a moto, mas os ocupantes fugiram. A corporação diz que estilhaços dos projéteis acertaram as meninas. Regiane, no entanto, disse que ao abrir o portão viu as duas meninas ensanguentadas e pediu ajuda aos PMs. "Eles só falavam para eu pegar um documento. Quando entrei para procurar, eles colocaram as meninas na viatura e saíram. Imagina o que as crianças sentiram ao ser colocadas no carro por eles, sozinhas?""Eu achava que eles iam parar em algum lugar para terminar de matar a gente", conta a menina mais nova, que foi atingida no olho. "Eu chorava e falava que estava doendo muito. Eles diziam para a gente parar de frescura, que a bala era de borracha."As meninas foram levadas à UBS Jardim Macedônia, e depois ao Hospital Municipal do Campo Limpo. Segundo as vítimas, os PMs ainda rondaram a maca da menina de 11 anos, pedindo para que ela não falasse a verdade, porque eles "poderiam perder a farda". Segundo Regiane, os médicos disseram que a visão de sua filha "não vai ser mais a mesma". A adolescente teve o nariz quebrado.

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