14 de janeiro de 2012 | 03h01
De manhã, cassetetes foram usados para que as pessoas deixassem o local. No meio da correria, algumas caíram no chão. O helicóptero Águia, da PM, sobrevoava a área em baixa altitude. Meia hora depois da ação, o grupo já havia se espalhado. Por volta das 11horas, quatro carros da Força Tática da PM revistavam cerca de 20 pessoas na Rua General Júlio Marcondes Salgado, na Santa Cecília, também região central. Na Santa Ifigênia, vários usuários de drogas se concentravam nas esquinas das Ruas Guaianases e Aurora.
Em reunião no Ministério Público Estadual com promotores, secretários municipais e o coordenador estadual de Políticas sobre Drogas, Luiz Alberto Chaves de Oliveira, o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, anunciou a instalação de três bases comunitárias móveis na região.
Em nota divulgada pela Polícia Militar, Camilo afirmou que os policias que trabalham na Nova Luz foram orientados a "fazer intervenções da forma mais branda possível". "As abordagens só são feitas quando a polícia identifica o consumo ou o tráfico de drogas", disse.
A informação foi antecipada pelo coronel na edição de ontem do Estado. Camilo afirmou que as dispersões de usuários passariam a ser feitas "à base de conversa". Nos primeiros dias, foram usadas bombas de efeito moral e disparados tiros de borracha. A tolerância acabou permitindo a formação da aglomeração na Helvétia e o consumo de drogas durante a noite e a madrugada de quinta-feira. Ontem, com a repercussão negativa, policiais utilizavam cassetetes.
À tarde, a PM voltou a atuar para evitar que agrupamentos se formassem. Desde as 13h, o que se viu foi a volta do "jogo de gato e rato" que vem sendo travado desde o dia 3. Quando os grupos se juntavam, a PM os dispersava. "Falaram que iam bater e saí correndo. Essa situação é revoltante", reclamou o pintor Agnaldo dos Santos, de 39 anos, há cinco na cracolândia.
Após a reunião, promotores que abriram na terça-feira inquérito para investigar a ação amenizaram o tom. "A operação foi precipitada, mas não dá para saber nesse momento se foi desastrosa. Só será desastrosa se as áreas da saúde e assistência social não concluírem uma política de atendimento", disse Maurício Ribeiro Lopes, um dos participantes.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.