PM vai reforçar efetivo em protesto e vê risco com obras da Paulista

O Movimento Passe Livre foi convocado para reunião na sede da Polícia Militar, mas não enviou representantes

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Por Edgar Maciel
Atualização:

Atualizada às 00h08 de 15/01

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SÃO PAULO - O comando da Polícia Militar vai reforçar o número de policiais na segunda manifestação contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, convocada para esta sexta-feira, 16. Serão mil PMs na região central, onde o protesto acontecerá - foram 800 no primeiro protesto, sexta-feira. A principal preocupação da polícia é com as obras da ciclovia da Avenida Paulista.

Segundo o major Vitor Fedrizzi, que comandará a operação, há risco de o entulho, pedras e madeiras da intervenção serem usados como armas pelos manifestantes. “Vamos pedir para a Prefeitura retirar com antecedência qualquer material que possa causar conflito durante o protesto.”

Sobre a atuação dos black blocs, o major explicou que a polícia tentará identificá-los e registrá-los antes da chegada à Paulista. De acordo com Fedrizzi, a PM pretende fazer revistas por toda a região central. Na manifestação de sexta-feira da semana passada, black blocs circularam pelo trajeto sem passar por revista. “Estamos estudando novas táticas e analisando o efetivo final que vamos utilizar”, afirmou o major. O primeiro ato contra a tarifa terminou com 53 presos e seis feridos. 

Reunião. O Movimento Passe Livre (MPL) foi convidado para se reunir com a Polícia Militar nesta semana, mas não enviou representantes. Compareceram responsáveis pelo Metrô, Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), Polícia Civil e Defensoria Pública.

Nas linhas de metrô no entorno da Paulista haverá reforço de equipes e policiais nas estações para garantir a segurança. Os distritos policiais da região central terão plantão de atendimento no 2.º DP (Bom Retiro) e no 78.º DP (Jardins) para ocorrências ligadas à manifestação. 

O representante da Defensoria Pública Douglas Magalhães fez um alerta aos policiais sobre o uso excessivo de balas de borracha e pediu que a PM atue dentro da lei. “Não temos como garantir que não vamos usar bala de borracha. A PM tem suas técnicas próprias e vamos usá-las se necessário”, disse o major.

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Black blocs. O secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quarta que “não é correta” a comparação entre black blocs e o Primeiro Comando da Capital (PCC), feita pela PM em seu perfil oficial no Facebook.

“A comparação não é correta, determinamos que fosse retirada do Facebook da Polícia Militar”, disse Moraes, após a posse do novo comandante-geral da PM, Ricardo Gambaroni. 

“A Polícia Militar dará total transparência a todos os dados e informações necessárias. Qualquer elemento subjetivo, opinião pessoal de algum policial militar ou de alguém da assessoria da polícia deve ser colocado no Facebook da pessoa”, afirmou Moraes.

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Segundo Gambaroni, não houve punição a quem fez a publicação na rede social. “Foi uma foto infeliz. Nós nos retratamos. A ideia não era fazer comparação, era provocar uma reflexão. Quem colocou, às vezes, não teve a maldade de ver que aquilo poderia trazer uma conotação diferente.”

Campinas. Cerca de 150 pessoas fizeram um protesto nesta quarta contra o segundo aumento da tarifa de ônibus de Campinas em menos de seis meses. Organizado pelo MPL, o ato reuniu jovens e estudantes que pedem a revogação dos reajustes - de R$ 3 para R$ 3,30 em agosto e para R$ 3,50 na semana passada. / COLABORARAM CAIO DO VALLE e LUCAS SAMPAIO, ESPECIAL PARA O ESTADO

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