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PM ocupa bairro após protesto violento em Sorocaba

Prédios foram depredados, carros queimados e avenida fechada; cerca de 300 pessoas se manifestaram contra morte de dois suspeitos pela polícia

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

Atualizada às 16h10

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SOROCABA - Mais de cem policiais militares mantêm a ocupação do bairro Habiteto, na zona norte de Sorocaba, na tarde desta sexta-feira, 14, após um protesto violento de moradores contra a morte de dois supostos assaltantes em confronto com a Polícia Militar. Durante a noite, cerca de trezentas pessoas bloquearam a principal avenida da região, depredaram prédios e entraram em confronto com os policiais.

Quatro carros que passavam pelo local foram incendiados depois que os donos, sob a mira de armas, foram obrigados a descer dos veículos. O estande de uma imobiliária foi destruído e incendiado. Os móveis foram arrastados para a avenida e queimados.

A PM usou balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes e alguns deles reagiram com tiros contra os policiais. O tiroteio deixou em pânico os moradores, mas não houve feridos graves.

Uma bala atingiu o escudo de um policial e ele chegou a cair, mas não se feriu. Com ajuda dos bombeiros, os policiais retiraram a barricada com pneus e paus incendiados que bloqueava a Avenida Itavuvu, que dá acesso à fábrica da Toyota e ao Parque Tecnológico de Sorocaba, além de vários bairros. No início da madrugada, com reforço do policiamento de outras cidades da região e de um helicóptero, a PM entrou no Habiteto.

Quatro pessoas foram detidas, três delas menores de idade, mas acabaram liberadas. De acordo com o major da PM Carlos de Mello, a ocupação continuará "o tempo que for necessário para restabelecer o clima de tranquilidade". Segundo ele, os moradores foram insuflados por criminosos. Imagens feitas no conflito ajudarão a Polícia Civil a identificar os autores de disparos contra a polícia. À tarde, enquanto os jovens mortos eram velados, o clima era tenso no bairro.

Mando do PCC. Os dois rapazes de 17 anos, moradores do bairro, foram mortos na madrugada de quinta-feira após tentar render o guarda municipal que fazia a segurança de um posto de combustíveis. Para a PM, eles executariam o GM a mando do Primeiro Comando da Capital (PCC), em retaliação ao isolamento de líderes da facção no Regime Disciplina Diferenciado (RDD), na Penitenciária de Presidente Bernardes.

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Frentistas relataram que os suspeitos chegaram de moto, não tiraram o capacete e, de armas em punho, perguntaram pelo segurança. O GM, que estava armado, protegeu-se atrás de um balcão e teria atirado. Os menores fugiram e ele avisou a PM. Uma viatura perseguiu a moto, que foi abandonada, seguindo-se o tiroteio. Moradores do bairro dizem que os rapazes foram executados. Segundo o major Mello, eles atiraram primeiro e os policiais responderam. Foram apreendidos dois revólveres com numeração raspada e cápsulas deflagradas. Os dois rapazes tinham passagem - um deles havia sido detido cinco vezes por tráfico de drogas.

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