30 de março de 2013 | 12h28
Texto atualizado às 14h00
Policiais vão fiscalizar lei do silêncio
SÃO PAULO - A morte de dois jovens por policiais militares que realizavam operação em um baile funk na noite desta sexta-feira, 29, na comunidade Mauro Dois, na Saúde, zona sul de São Paulo, desencadeou um protesto horas depois.
Moradores interditaram a Avenida José Whitaker e a Rua Campina da Taborda, atearam fogo em pedaços de madeira e jogaram na pista. A PM interveio e houve confronto com os manifestantes.
Os moradores afirmam que as vítimas eram inocentes.
No protesto, pelo menos 50 policiais da Força Tática da PM foram mobilizados. Balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo foram utilizadas para controlar a manifestação.
Os nomes dos jovens mortos foram divulgados pela Polícia Militar: Givanildo dos Santos Felix, de 20 anos, e Leomarcos da Silva Santos, 21 anos.
Entenda
Segundo a Polícia Militar, os dois homens estavam em um ponto de venda de entorpecentes na Rua Mauro e foram mortos por volta das 20h30 de sexta-feira.
O relato da PM diz que os dois homens correram em direção da polícia armados e não pararam, apesar do pedido dos policiais. Depois de troca de tiros, os jovens foram baleados. A Polícia Militar divulgou que foram apreendidos dois revólveres com a numeração raspada, dinheiro, celulares, além de "90 trouxinhas, contendo uma substância semelhante à maconha, e mais 24 pinos contendo um pó branco semelhante à cocaína."
A PM diz que os policiais estavam realizando uma fiscalização na região e que as mortes "não estão vinculadas à 'Operação Pancadão'". Neste mês, a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado firmaram convênio para manter a ordem nos pancadões de funk nas ruas da periferia.
O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Corregedoria da PM.
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