PM lança bombas e balas de borracha para combater piquetes de metroviários

Confronto na Estação Ana Rosa fez parada ficar fechada até as 9h; secretário afirmou à Rádio Estadão que foi uma 'reação'

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Por Redação
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Atualizada às 21h58

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SÃO PAULO - Para inviabilizar a operação do metrô e manter a greve pelo segundo dia consecutivo, os funcionários fizeram piquetes em estações, pela manhã, e, pela primeira vez na história da companhia, a Polícia Militar ocupou plataformas e áreas de embarque. Às 6h, na Estação Ana Rosa, na zona sul, que integra as Linhas 1-Azul e 2-Verde, a Força Tática da PM e cerca de 70 integrantes do sindicato entraram em confronto.

Os PMs usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para desobstruir as catracas. Houve correria dentro da estação e uma pessoa foi detida. O presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior, estava com o grupo. Segundo o secretário de Estado de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, os sindicalistas impediram que os trabalhadores que não aderiram à greve liberassem o trecho entre as Estações Ana Rosa e Luz. 

Fernandes obteve “carta-branca” do governo do Estado para solicitar a tropa dentro das estações e garantir o funcionamento parcial. Durante a madrugada, ele ligou para Fernando Grella Vieira, o secretário estadual de Segurança Pública, e para o governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Eu havia exposto ao governador que havia riscos de radicalização. O governador foi muito tranquilo e pediu que eu usasse de energia, dentro da lei”, disse o secretário de Transportes Metropolitanos. 

Durante o confronto na Ana Rosa, o metroviário Pedro Henrique Rebucci de Melo, de 26 anos, foi detido por desacato a autoridade. Segundo o termo circunstanciado (crime de menor potencial ofensivo) registrado no 36.º DP (Vila Mariana), o metroviário teria ofendido um sargento da PM dizendo: “Policial, está cansado? Não consegue me pegar”. Melo foi levado para a delegacia, assinou o termo circunstanciado e foi liberado. Ele não foi encontrado nesta sexta pela reportagem. A estação foi liberada por volta das 7h, com atraso de uma hora. 

A Polícia Militar também precisou dispersar 15 metroviários que faziam um piquete na entrada da Estação Bresser-Mooca, da Linha 3-Vermelha, na zona leste. Segundo funcionários do Metrô, o grupo permitia a entrada de quem não participou da paralisação, mas não autorizava a saída dos trens. 

Cerca de 30 policiais militares da Tropa de Choque e do 34.º Batalhão de Polícia Militar do Metropolitano (BPMM), que fica ao lado da estação, negociaram por cerca de meia hora a saída dos manifestantes, que foi pacífica. Os metroviários deixaram o local por volta das 6h30, e os trens começaram a circular às 7h15. 

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As Estações Ana Rosa e Bresser-Mooca são pontos estratégicos para o Metrô. Delas, a companhia desenvolve as medidas operacionais para atender todas as linhas parcialmente. “Aqui está funcionando como um terminal hoje. O que Corinthians-Itaquera faz normalmente, hoje é feito na Bresser-Mooca”, disse o funcionário administrativo do Metrô Alexandre de Paula, que cuidava das catracas na estação da zona leste. 

Garantia da ordem. O comandante-geral da PM, Benedito Roberto Meira, afirmou que o uso da polícia na estações foi necessário para garantir o funcionamento das linhas. “É para cumprir a ordem judicial (do TRT, que determina 100% de operação). Existia um grupo grevista com o intuito de prejudicar os que queriam trabalhar. A presença da PM foi necessária para desobstruir as estações”, afirmou. O comandante também disse que a polícia precisou usar a “força física” na Ana Rosa porque os metroviários não quiseram deixar o local. “Houve o contato verbal, depois a PM disse que ia tirar eles de lá com uso da força”, afirmou Meira. Ainda de acordo com ele, funcionários ficaram dentro do Centro de Operações da PM (Copom), durante o dia, passando informações sobre problemas. 

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