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PM atropela mulher e será investigado

Vídeo mostra policial subir com moto em calçada e atingir jovem em SP; ação teria ocorrido no sábado, durante protesto contra a Copa

Por Laura Maia de Castro
Atualização:

SÃO PAULO - A Corregedoria da Polícia Militar apura mais um caso de violência em ação de policiais nas ruas de São Paulo. Imagens divulgadas na internet nessa terça-feira, 28, e antecipadas pelo estadao.com.br mostram um PM das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) sair do asfalto, subir com a moto na calçada e atropelar uma jovem na Rua Paim, no centro da capital.

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O episódio teria acontecido no sábado, 25, à noite, durante a manifestação "Não vai ter Copa". A Secretaria da Segurança Pública (SSP) não confirmou a data até as 20h dessa terça.

O vídeo foi gravado por um morador de um prédio da rua. Após o atropelamento, a vítima foi cercada por quatro PMs em motos, que, sem socorrê-la, deixaram o local. Ao menos sete policiais testemunharam a ação, mostram as imagens.

Uma jovem que seria a atropelada agradeceu em redes sociais a solidariedade prestada por amigos e desconhecidos. Em seu perfil, ela curte a página "Não Vai Ter Copa" e perfis feministas e antifascistas.

"Há anos vemos a polícia envolvida em violações de direitos humanos. O caso precisa ser investigado e, se não foi um acidente, deve se promover a responsabilização. A leniência das instituições estimula essas violações", afirmou Eloísa Machado de Almeida, professora da Direito GV, ao analisar as imagens a pedido do Estado.

Em nota, a SSP afirmou que o caso é considerado grave. "Um inquérito policial militar já havia sido instaurado pela Corregedoria para identificar o responsável pelo atropelamento. O policial responderá criminal e administrativamente pelo episódio, podendo ser expulso."

Baleado. Outro caso sob investigação é o do estoquista Fabrício Chaves, de 22 anos, que está internado em estado grave na Santa Casa, em Santa Cecília, após ter sido baleado por PMs também na região central, na noite do protesto de sábado.

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Na tarde dessa terça, o Ministério Público Estadual (MPE) divulgou nota, assinada por dez promotores do 1.º Tribunal do Júri, afirmando que o enquadramento da conduta dos policiais cabe exclusivamente ao órgão. "Essa apreciação será feita no momento oportuno, qual seja, após o término das investigações", diz o texto./ COLABOROU BRUNO RIBEIRO

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